Ocorreu nesta quinta-feira, 19, a cerimônia de estadualização do terminal pesqueiro de Laguna. Atualmente trabalhando em uma carga inferior à capacidade, a gestão estadual pretende aumentar o número de empregos e de carga pesqueira no local, fomentando a economia da cidade, cuja atividade pesqueira corresponde a 40%.
A estadualização era uma luta política antiga. Atualmente o terminal opera em prejuízo financeiro e atende em média de 5 a 8 embarcações pesqueiras por semana, com descarga de aproximadamente 240 toneladas.
A ideia da SC Par, que passará a administrar o terminal, é de otimizar a utilização dos espaços, trazer empresas parcerias, especialmente do ramo da pesca e de indústria naval, e tornar o terminal de Laguna o maior porto pesqueiro do país.
"A nossa ideia é tornar o terminal mais eficiente. A maior safra de Santa Catarina está na divisa com o Rio Grande do Sul, que tem que ir até Itajaí para desembarcar. Laguna é meio do caminho, é um ponto estratégico", explicou Gustavo Pereira, diretor presidente da SC Par.
Na projeção do deputado estadual Felipe Estevão (PSL), natural de Laguna, o investimento para as obras de melhorias no acesso das embarcações ao porto, que ainda não foram anunciadas pelo governo do Estado, parte de um valor de R$ 30 a 35 milhões.
"O investimento anterior era pequeno, a empresa que administrava estava mais preocupada com o porto de Santos. O investimento que temos que fazer tem que ser na boca da barra, é muito perigoso passar por ali. Se abrir e aumentar o calado, o terminal pode receber barcos com 200 ou 300 toneladas de pesca", avalia.
A projeção da SC Par é de aumentar em 200% o número atual de funcionários do porto, que estão divididos em três empresas terceirizadas na área de operação, administração e vigilância. O quadro hoje é de 60 funcionários. Felipe Estevão idealiza mais: "Se o terminal funcionar como deve funcionar, pode ter até 5 mil empregos", cogita.
Participou da cerimônia de estadualização em Laguna o governador Carlos Moisés. Ele falou sobre os benefícios que a estadualização pode trazer ao terminal.
"Trazer novos operadores portuários da área da pesca e de estaleiro. Todo o sistema que envolve um porto pesqueiro, eventuais manutenções de outras embarcações, para gerar enda e emprego para Laguna, que é uma região necessitada. Também vai haver invesimento privado, vamos convidar parceiros, novas empresas para se instalarem. Temos áreas subutilizadas aqui no porto, em uma região central da cidade"
A administração atual do porto indica que o prejuízo mensal é de R$ 100 mil. Com as melhorias e a otimização de trabalho, o terminal pode render um faturamento anual de até R$ 12 milhões.