A conclusão dos quase quatro quilômetros restantes da Rodovia SC-442, entre Morro da Fumaça e Cocal do Sul deverá melhorar a economia, não só dos dois municípios, mas também de toda a Amrec, já que irá se tornar um corredor para o escoamento de produção, um caminho mais curto rumo à BR-101.
Porém, para os moradores do distrito de Estação Cocal, em solo fumacense, o término da obra significa muito mais.
Restam 762 metros em Cocal do Sul - em frente à Eliane Revestimentos Cerâmicos, em um local onde os paralelepípedos irregulares exigem atenção e paciência dos motoristas.
Em Morro da Fumaça, são 3,2 quilômetros faltantes e desde que o asfalto foi colocado na maior parte da rodovia, o trânsito se intensificou em Estação Cocal. Isso porque, o projeto da nova SC-442 prevê um desvio por fora da comunidade, contudo, enquanto ele não sai, os moradores veem o fluxo de caminhões e automóveis dos mais variados locais invadirem o centro do distrito de cerca de quatro mil habitantes.
A Ordem de Serviço para a conclusão da pavimentação foi assinada pelo governador Carlos Moisés da Silva (PSL), no dia 20 de maio. Um presente não só para os moradores de Estação Cocal, mas para toda a cidade de Morro da Fumaça, que festejava 59 anos de emancipação político-administrativa justamente na data.
Impacto indireto e positivo
Aguinaldo Seolin é comunicador, possui uma rádio às margens da Rua João De Rochi, extensão da SC-442. Em frente ao seu estúdio há um parque infantil, colorido, cuidado pela comunidade. Da calçada ele pode ver e ouvir as crianças, porém, por muitas vezes a visão é encoberta por caminhões e o som dos risos abafado pelo ronco dos motores. “São vários os problemas causados pelo tráfego de veículos pesados. O barulho, as rachaduras nas residências, a rua que é estreita, mais suscetível aos acidentes. Em dia de chuva piora ainda mais na subida que tem em frente à rádio, pois as carretas trancam o trânsito porque não conseguem subir”, relata.
Ele conta que a quantidade de veículos pesados aumentou porque praticamente todo o escoamento da produção das empresas da vizinha Cocal do Sul é feita por Estação Cocal. “O transtorno é muito grande. A Polícia tem feito a fiscalização, mas não tem resolvido. Com certeza com a pavimentação, a situação vai melhorar ao desafogar o trânsito e alavancar o desenvolvimento”, diz.
O prefeito de Morro da Fumaça, Noi Coral, concorda com a melhoria que a obra levará à cidade e destaca o que o novo traçado significa para os moradores de Estação Cocal. “Isso irá minimizar e muito este problema, dando uma melhor qualidade de vida aos moradores do distrito que não precisarão mais conviver com veículos pesados passando em frente às suas casas”, enfatiza.
O secretário de Estado da Infraestrutura, Tiago Vieira, é outro que reconhece a importância do “desvio” por fora da comunidade. “Às vezes a gente associa muito ao escoamento da produção, e não tiramos este valor, mas quem vive especialmente em Estação Cocal sabe o que representa esta espécie de contorno que vai ser a nova diretriz da SC-442, então esta é uma grande obra, muito importante para a região, que vai trazer desenvolvimento e melhorar a vida das pessoas”, enfatiza.
O governador, Carlos Moisés revela que o andamento para a obra não aconteceu no tempo que era de sua vontade. “Tivemos alguns problemas. Esta é uma modalidade que integra projeto e execução de obras e o Tribunal de Contas do Estado pediu para avaliar de novo, e ali perdemos mais um tempo, mas conversando, explicando, foi liberado. Viemos aqui para fazer uma entrega, uma formalidade mas é uma alegria em ver que conseguimos construir esta parceria a várias mãos”, fala.
Entrega
A obra fica a cargo do consórcio Setep – Iguatemi, que fez a menor proposta no processo licitatório: R$ 8,4 milhões. “Esta é a mais uma importante conquista do governo Moisés. Havíamos anunciado a licitação e conseguimos ter êxito, vencer a parte da burocracia e hoje assinamos a Ordem de Serviço, que tem algo especial na parte da gestão pública porque é a primeira obra de rodovias com contratação integrada para dar mais agilidade no que se refere às máquinas na pista. Isso significa que a empresa tem 60 dias para revisar o projeto e o mesmo consórcio de empresas depois já inicia a obra”, explica Vieira.
Quando se fala que a rodovia favorecerá a economia, isso se comprova em um número, externado pelo secretário Tiago Vieira. “A infraestrutura é importante porque potencializa economia, que vai gerar emprego e renda e esta obra tem um potencial incrível, pois vai diminuir em 21 quilômetros o escoamento da produção”, enfatiza.