Santa Catarina é o segundo estado do país com maior número de mortes por dengue, atrás apenas de São Paulo. Na Região Carbonífera (Amrec), 107 focos foram contabilizados desde o início de 2022.
Para a bióloga do Setor Zoonoses da Regional de Criciúma, Mariana Mantovani, a situação preocupa. “Passamos por um período conturbado com a Covid-19 e acredito que, nem eu, nem a população, queira viver com medo novamente. Se não fizermos algo, trocaremos as máscaras por repelentes”, ressaltou.
Em Criciúma, a vigilância registrou 31 focos e uma morte não autóctone (infectada na região). Içara é o município com o maior número de focos contabilizados na Amrec, com 66 casos.
A maioria das infecções não são autóctones, ou seja, são de pessoas infectadas em outras regiões do Brasil. Porém, seis casos foram de contaminações locais. Nos demais municípios na região, Urussanga possui quatro focos, Orleans dois, Balneário Rincão dois, Forquilhinha um e Siderópolis um.
“Nossa região possui alguns municípios com elevada taxa de ocorrência de focos. Já tivemos transmissão dentro de Criciúma e Içara”, informou a bióloga. “No momento, está calmo devido à sazonalidade, pois o frio auxilia na diminuição do vetor. Porém, não podemos esquecer que os ovos das fêmeas ficam no ambiente por cerca de seis meses, aguardando a temporada de calor e chuvas”, completou.
Cuidados e prevenção
A bióloga reforça os cuidados de sempre: não deixar água acumulada. Recipientes artificiais são os depósitos preferidos das fêmeas do Aedes Aegypti. “Não deixe para pensar em cuidar dos depósitos com água, para controlar a proliferação do mosquito, quando ser tarde demais”, alertou.
Fique em alerta quanto aos sintomas: febre abrupta, náuseas, vômitos, exantema, mialgia, cefaleia, dor retro-orbital, petéquias, prova do laço positiva e leucopenia.
Situação em Santa Catarina
Em Santa Catarina, o Aedes Aegypti contabiliza 47.873 focos, sendo que dos 131 municípios estão infestados pelo mosquito, 66 estão em epidemia de dengue. “Antes o Estado se preocupava em não infestar, em controlar a incidência do vetor. Hoje, estamos preocupados com a transmissão, com óbitos e em organizar a assistência em saúde”, pontuou Mariana.
Segundo o informe semanal, Santa Catarina já teve 71 mortes confirmadas por dengue e 20 estão em investigação.
Comparada ao restante do estado, a Região Carbonífera tem menos preocupação, mas a apreensão ainda existe. “Isso me assusta. A população não tem noção do quanto uma epidemia mexe com a organização da assistência em saúde em si”, relatou a bióloga. “O correto é manter controlado os focos dos mosquitos”, concluiu.