A Farmácia Judicial de Criciúma atende, mensalmente, cerca de 500 pacientes diabéticos com a entrega de medicamentos. A possível relação com a hepatite C foi objeto de pesquisa pela enfermeira Fabiana de Brida, enfermeira coordenadora do Ambulatório de Hepatites Virais do município. O resultado rendeu a ela o prêmio "Inimigo Número 1 da Hepatite C" conferido pela Sociedade Brasileira de Hepatologia. A entrega ocorreu nesta quarta-feira, 2, em São Paulo.
"Existe um índice alto de portadores de hepatite C que são diabéticos. Isso deu à enfermeira Fabiana a ideia de desenvolver um trabalho em cima desses pacientes. Ela pesquisou se esses 500 diabéticos atendidos pela Farmácia Judicial portavam hepatite ou não. Apareceram dois ou três casos", informa o médico gastroenterologista Luiz Augusto Borba, que atua no Programa de Hepatites Virais de Criciúma e que acompanhou a premiada no Congresso Brasileiro de Hepatologia em São Paulo.
"É um prêmio importante, foi premiado um trabalho por região do país, e o melhor trabalho dos estados do Sul foi esse de Criciúma. A Sociedade Brasileira de Hepatologia está em busca desses pacientes que são portadores de hepatite e não sabem. E uma fatia significativa desses pacientes são diabéticos", explica. "O objetivo é detectar portadores de hepatite C e depois tratá-los. É um tratamento fácil que elimina o vírus e há uma sobrevida melhor", detalha.
Borba conta que esse trabalho da enfermeira Fabiana teve repercussão dentro da Unesc, onde são atendidos em média 1,5 mil pacientes diabéticos. "É importante procurar nesses pacientes diabéticos qual a incidência de pacientes portadores de hepatite C. Essa ideia dela vai ser utilizada em outros serviços Brasil afora", observa. As principais autoridades em hepatologia no Brasil participaram do evento em São Paulo, no qual os trabalhos dos premiados foram apresentados.