Carlos Alberto Vieira é um apaixonado pelas pedaladas e os locais percorridos sobre duas rodas comprovam isso. De Palmas, no Tocantins, faz ciclo turismo há 10 anos, ele já percorreu todo o Brasil e vários países da América do Sul.
Na última, uma passada por Santa Catarina, rumo ao Rio Grande do Sul. E foi no estado vizinho, já na volta para casa que ele enfrentou adversidades: foi abordado por três homens que roubaram tudo que ele tinha, e nisso se inclui a bicicleta, o seu meio de transporte. “A gente fica sem saber o que fazer na hora. Fiz Boletim de Ocorrência na Polícia federal, fiquei em um posto de gasolina, andei a pé até Osório, onde um amigo me deu carona até Torres e lá algumas pessoas me deram uma bicicleta, mas não é apropriada para chegar em Tocantins”, fala.
A nova bicicleta o levou até Tubarão, onde ele encontrou dois criciumenses que o convidaram a visitar a cidade. João Virtuoso, o popular João Galinha e Maro Aurélio Tocha, conhecidos na cidade pelo envolvimento com o ciclismo, se sensibilizaram com a história iniciaram uma campanha para que Vieira consiga uma bicicleta apropriada. “O Instituto Jhon Bike surgiu para solicitar ciclovia e tudo que envolve os ciclistas e a primeira ação será fazer uma vaquinha para dar uma bicicleta para ele voltar, porque esta que ele está não tem como chegar em casa. Se não conseguir o total, o instituto banca”, comenta João Galinha.
A bicicleta apropriada custa em torno de R$ 2 mil e quem quiser ajudar pode entrar em contato pelo 999744080. “O ciclista, quando tem um parado e o outro para, eles conversam. Estávamos fazendo um treino, íamos para Araranguá, mas achamos melhor ir para Tubarão, paramos para tomar café, ele nos abordou, se apresentou e convidamos para vir para Criciúma”, lembra João.
Seis meses na estrada
Para chegar ao sul do país, Vieira saiu de Palmas há cerca de seis meses. “Pedalo de 150 a 200 quilômetros por dia. É uma grande liberdade, você conhece lugares, pessoas fantásticas. Já fiz o Brasil inteiro, além de outros países da América do Sul. Só não fui à Guiana Francesa e Amapá ainda”, revela o ciclista, comentando também sobre a estrutura e o respeito com os ciclistas. “Algumas cidades têm ciclovia, mas nas estradas o respeito com o ciclista é pouco. Tem acostamento, mas é perigos. Não tem o respeito. O ciclismo está se desenvolvendo, então está tendo a consciência”, cita.