Ir para o Conteúdo da página Ir para o Menu da página
Carregando Dados...
FIQUE POR DENTRO DE TODAS AS INFORMAÇÕES DAS ELEIÇÕES 2024!

União de forças em prol do desenvolvimento regional

Reunião virtual levantou dados para o Plano de Desenvolvimento da Amrec

Por Redação Criciúma, SC, 21/08/2020 - 17:49 Atualizado em 21/08/2020 - 17:55
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Quer receber notícias como esta em seu Whatsapp? Clique aqui e entre para nosso grupo

A manhã desta sexta-feiram 21, foi marcada por debates e reflexões importantes para o desenho da região que se quer ter nos próximos dez anos. Em um encontro virtual realizado pela equipe da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e do Centro Universitário Barriga Verde (Unibave) com lideranças da política, economia e educação, empresários e comunidade, ficou nítida a importância da união dos diversos segmentos para a construção do Plano de Desenvolvimento Socioeconômico da Amrec. Os debates levantaram as dificuldades, potencialidades e sonhos para Criciúma e toda a região.

O encontro virtual fez parte da primeira etapa de elaboração do plano, que encerra nesta sexta-feira, no encontro com Lauro Müller. O objetivo do plano estratégico é levantar o que é necessário para que a região e os municípios tenham um desenvolvimento socioeconômico até 2030. Neste momento, que teve início semana passada, 12 municípios poderão colaborar na construção do plano regional.

Os interessados em contribuir com o Plano de Desenvolvimento Socioeconômico da Amrec podem o fazer respondendo a consulta pública até domingo, 23. O questionário online pode ser acessado aqui ou no site da Universidade, logo na página inicial entre os banners que aparecem no topo da página.

Participação de lideranças e comunidade

Com grande participação do público, os debates levantaram pontos considerados de relevância para a construção de uma região em que a prosperidade econômica ande de mãos dadas com a qualidade de vida da população.

A reitora da Unesc, Luciane Bisognin Ceretta, salienta que este foi um momento muito significativo para a região carbonífera e para o município de Criciúma, que é um polo. "Agradecemos muito à iniciativa da própria Amrec em fazer este movimento em prol de toda a região e que deu a oportunidade a Unesc e ao Unibave de contribuir neste processo. A mensagem fundamental do Plano de Desenvolvimento Socioeconômico é que o futuro é feito por todos nós e que não podemos perder de vista o equilíbrio entre a construção de bases sólidas para a economia e a qualidade de vida e o desenvolvimento das pessoas".

A pró-reitora de planejamento e desenvolvimento institucional da Unesc, Gisele Coelho Lopes, destacou que para cada pessoa, o processo não pode se encerrar com o fim das reuniões. "De nada adianta sonharmos se não construímos de fato os projetos que vão reverberar tudo o que desenhamos nessa manhã. O maior desafio deste grande projeto é conectar pessoas e queremos que cada um coloque sua digital e autoria nesse processo".

O secretário Fazenda de Criciúma, Celito Cardoso, afirmou que a participação de pessoas dos mais diversos segmentos engrandece o debate. "Para nós, esta foi uma reunião de alto gabarito. É importante que analisemos os diversos cenários para fazer uma projeção para os próximos anos. Nenhum município vai crescer sozinho. Precisamos de uma aliança regional". O diretor de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Claiton Pacheco, complementou que o nível das discussões foi elevado e que é importante manter esse engajamento para que se planeje o futuro mas também se tenha ações no curto prazo.

O vereador Aldinei Potelecki enfatizou que a participação dos vereadores nos debates foi interessante não apenas para que possam contribuir, mas também, ouvir a comunidade. "Me sinto feliz em poder participar dessa discussão, não só para contribuir com ela, mas principalmente, para ouvir as pessoas e o que elas querem e sonham para Criciúma e região. Importante que nós vereadores tenhamos esse conhecimento".

Representantes da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), o diretor Valcir Zanette e a executiva Maria Julita Volpato Gomes, também participaram do encontro e salientaram a qualidade dos debates e da metodologia empregada, além da representatividade dos diversos segmentos. "Hoje estamos juntos, setor produtivo, setor público, academia e a comunidade. Acredito muito esse grupo tem capacidade de conduzir o desenvolvimento da região", comenta Maria Julita.

Confira o que os participantes da reunião elencaram sobre Criciúma:

Dificuldades/desafios

Meio ambiente: áreas degradas por mineração de carvão que não foram recuperadas; pouca arborização urbana e carência de espaços naturais para uso da população e rio Criciúma está sendo totalmente canalizado.

Educação: preocupação com o acesso à educação; a rede municipal remunera bem, mas não está sendo respaldada no Ideb; defasagem dos alunos no Ensino Médio – muitas desistências na transição do Ensino Fundamental para o Médio; melhorar a qualidade da Educação Básica; necessidade de qualificação profissional e formação docente para a rede municipal de ensino de Criciúma.

Saúde: hospital é regionalizado e ainda é administrado como municipal.

Desenvolvimento da cidade: mobilidade urbana interna complicada, inclusive de entrada-saída do município; melhorar o transporte público; faltam algumas conexões importantes em anel viário e também na região central da cidade; melhorar a sinalização pensando sobretudo em quem é de fora; legislação - planos que não convergem para o crescimento e desenvolvimento da cidade necessitam de revisão; ter ciclovias; reurbanização das periferias/áreas invadidas; rever a funcionalidade centro de controle de zoonose  - muitos animais na rua; poder público ter canal para ouvir a comunidade; reforma administrativa para melhorar a questão da burocracia; melhoria  calçadas na cidade; melhorar a linha de trem e melhor  preservação cultural, bem como sua exploração.

Desenvolvimento regional: planos diretores deveriam compreender o regional; mobilidade regional – municípios de forma conjunta; envolvimento de forma regional nas questões voltadas ao atendimento da população em vulnerabilidade e risco social por meio de políticas públicas integradas; parcerias entre as empresas, poder público, universidade e comunidade; os municípios devem ser vistos de forma coletiva, colaborativa e de uma maneira região; desafio em buscar "o que nos une" enquanto região e falta de identidade regional.

Turismo: infraestrutura para o turismo, que promova a interação entre os municípios; investimento em cultural e fortalecimento da identidade cultural; criar espaços para cultura; aproveitar a diversidade étnica da cidade e desenvolver o turismo religioso.

Potencialidades

Turismo: infraestrutura instalada; próxima do mar e da serra; turismo de negócios; eventos e diversidade étnica.

Economia: indústrias; porto seco; comércio; serviços de alta tecnologia; acesso à educação superior; Centro de Inovação; cultura cooperativista e sociativista forte; agronegócio; vocação empreendedora e posição geográfica estratégica – cidade polo.

Acesso e mobilidade: transporte integrado regional; via férrea; rota do Mercosul; acesso BR 101e três modais.

Sonhos

Educação: Ideb 7 do Ensino Fundamental e Médio; proposta pedagógica para toda a Amrec focada nos 17 ODS; ser polo em educação, saúde e turismo e incentivos desde a educação básica para inovação, empreendedorismo, financeira.

Economia e tecnologia: que tenhamos cultura, que a região possua bastante empreendedores - Vale do Silício de exemplo; desenvolvida, com muito emprego e renda – com busca de empresas e com as empresas bem valorizadas e apoiadas na região - economia desenvolvida; agronegócio, turismo, mobilidade, infraestrutura desenvolvida centro de inovação instalado e produtivo geração de empregos por novas indústrias instaladas na região; acompanhar a revolução 5.0, pois alguns alunos de agora não terão mais suas profissões, que serão extintas; explorar o potencial tecnológico para atração para turismo (saúde, negócios, meio ambiente); construção de uma gestão para o Plano de Desenvolvimento.

Utilizar o núcleo de inovação tecnológica para desenvolver mais inovações para nossa região; atrair empresas tecnológicas e industrias para a nossa região; uma cidade inteligente e mais uma região inteligente; incentivo a pequenas e médias empresas locais, em vez de ficar investindo para trazer grandes empresas; diversidade de negócios e ser polo industrial.

Infraestrutura e parcerias: transporte ferroviário; porto seco como polo de geração de emprego; áreas para escoamento, parques, por meio de parcerias com outras empresas, para auxiliar no desenvolvimento de pequenas empresas, por meio de parque fabril e integrar as instituições nos diversos segmentos da sociedade; integrar mais as instituições numa governança regional; região interligada pelo transporte público; energia limpa e renovável; construir uma cidade mais segura; menos carros e mais transporte coletivo (mobilidade urbana); gestores de qualidade - políticas públicas (de estado e não de governo); entidades com participação na sociedade de forma positiva e identidade regional forte

Cultura e qualidade de vida: polo para pessoas de outras regiões venham para cá, seja do país ou de outra parte do mundo; região plenamente recuperada do ponto vista ambiental; indústria turística limpa; terceira idade tenham mais qualidade de vida, com mais assistência; maior atenção para arte, cultura e lazer; melhorar o paisagismo, a arborização da cidade; revitalização do Rio Criciúma e outros locais; cidade sustentável - saúde de qualidade, questões ambientais e de poluição minimizadas, acesso global as tecnologias e integrados;

Dados para reflexões

Os coordenadores do observatório de desenvolvimento socioeconômico e de inovação da Unesc, Thiago Fabris e Melissa Watanabe, apresentaram indicadores de desenvolvimento sustentável e de desenvolvimento socioeconômico da Amrec e de Criciúma.

Segundo dados apresentados pelo observatório de desenvolvimento socioeconômico e de inovação da Unesc, em Criciúma, os componentes do Produto Interno Bruto (PIB) que é de R$ 7.146.731 bilhões são: indústria (26%), serviços (58,6%), administração pública (14,2%) e agropecuária (0,4%).

Em Criciúma, o valor adicionado à economia a cada emprego formal gerado é de pouco mais de R$ 63 mil. Na Amrec, a média é cerca de R$ 100 mil. 

Sobre a Amrec, a equipe da universidade apresentou dados sobre variáveis que impactam o crescimento econômico da região. Cada R$ 1 pago em despesas públicas gera R$ 7,3. Cada US$ 1 em exportação ou importação contribui para o crescimento econômico de R$ 1,16. Cada pessoa que nasce ou vem morar na Amrec, acrescenta R$ 880 ao PIB. Cada emprego gerado, contribui em R$ 4.572 com o PIB e a principal variável que afeta o crescimento econômico é a educação. Em termos de matrícula no ensino médio, cada uma que é efetuada, gera R$ 7.156 ao PIB.

Foram apresentadas ainda macrotendências mundiais, como intensificação de demanda por alimentos, expansão de entretenimento e turismo, infraestrutura moderna e competitiva, envelhecimento da população e mudança no padrão da produção, para fomentar a reflexão do que o município pode fazer para se beneficiar delas.

Evento prestigiado por lideranças e pela comunidade

O encontro virtual teve a participação de representantes de Criciúma como: secretário da Fazenda de Criciúma, Celito Cardoso; diretor de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Claiton Pacheco; o fiscal de Rendas e Tributos da Secretaria da Fazenda de Criciúma, Luiz Fernando Cascaes; vereadores Aldinei Potelecki e Tita Beloli; a presidente do Conselho Regional de Santa Catarina (Corecon/SC), Ivoneti Ramos; diretor executivo do Siecesc, Márcio José Cabral; diretor Senac, Alexandre Bevilacqua Meneguetti; gerente do Sebrae Criciúma, Murilo Gelosa; diretor geral do IFSC Criciúma, Daniel Comin da Silva.

Presidente do Observatório Social, Mauro Pedro Losso; monitor do Núcleo Operacional representante do Peiex, Valdir Scarduelli; representantes da Associação de Jovens Empreendedores, Nícola Martins e Gabriel Damiani; presidente do Comitê Implantação do Centro de Inovação, Valmir Cabral; representante da Vogal Junta Comercial de Santa Catarina, Joniter Machado Gonçalves; da executiva da Acic, Maria Julita Volpato Gomes; presidente do Sinduscon, Mauro César Sônego; presidente do Conselho regional de Biomedicina de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Renato Minozzo e do vice-presidente institucional da CDL Criciúma, André Luiz Santiago de Castro.

Do Unibave, participaram o pró-reitor de pós-graduação pesquisa e extensão, Dimas Ailton Rocha; a coordenadora do curso de agronomia, Janaína Veronezi Alberton; o coordenador do curso de Sistemas de Informação, Nacim Miguel Francisco Júnior e os professores Guilherme Doneda e Ana Paula Bazo.

A equipe da Unesc envolvida no evento é formada: pela reitora, Luciane Bisognin Ceretta; pela pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Gisele Coelho Lopes; pelos coordenadores do Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico, Thiago Fabris e Melissa Watanabe; pela coordenadora do Setor de Planejamento Institucional, Almerinda Bianca Bez Batti Dias; pelo coordenador da Sala dos Municípios, Dorvanil Vieira; pelos professores da Unesc que atuam como mediadores, Igor Drudi e Camila Bardini e pelos consultores Sebastião Freitas e Roberto Spolidoro, além de 11 monitores auxiliando quando o grupo é dividido em pequenos grupos.

Ainda participaram do encontro com Criciúma, o vice-reitor da Unesc, Daniel Preve; a pró-reitora Acadêmica, Indianara Reynaud Toreti e a diretora de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias, Fernanda Sônego. Demais gestores e professores da Unesc, assim como o vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Guilherme Pereira Strelow.

Plano de Desenvolvimento da Amrec

O trabalho será dividido nos quatro momentos de: diagnóstico; setores-chaves e eixos e objetivos estratégicos; projetos estratégicos e modelo de governança, todos virtuais, com número de encontros e datas pré-definidas. Ao longo dos próximos meses a universidade trabalhará em debates e pesquisas junto as equipes de todas as prefeituras em um processo que conta com 20 encontros, divididos em sete etapas de trabalho.

Copyright © 2024.
Todos os direitos reservados ao Portal 4oito