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"Vai acabar 99% das investigações do MP", diz procurador-geral sobre reforma do CPP

Fernando Comin concedeu entrevista ao Programa Adelor Lessa desta sexta-feira e falou sobre PL 8045

Por Heitor Araujo Florianópolis, SC, 28/05/2021 - 08:35 Atualizado em 28/05/2021 - 08:44
Foto: Divulgação
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O Ministério Público de Santa Catarina reuniu-se com o Foro Parlamentar Catarinense para expor as preocupações dos promotores acerca do Projeto de Lei nº 8045/2010 que trata da reforma do Código de Processo Penal (CPP). Segundo o chefe do MP-SC, o procurador-geral Fernando Comin, trata-se de um "retrocesso" às investigações do órgão.

Em entrevista ao Programa Adelor Lessa nesta sexta-feira, 28, o procurador-geral foi bastante crítico ao projeto criado em 2010 e que retornou ao debate no Congresso Nacional recentemente. Segundo Comin, se a reforma for aprovada do jeito que está em pauta, quase todas as investigações do MP seriam encerradas.

"Ficaria praticamente aniquilada a investigação pelo MP, 99% das investigações seriam interrompidas, não teríamos condições de segui-las", argumentou Comin. 

Segundo ele, são mais de 200 investigações feita pelos oito Grupos de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) em Santa Catarina. "É disso que a gente está falando. Se a reforma prosperar, vamos colocar por água abaixo todas essas investigações", contesta o procurador.

"Pudemos expor (ao Foro) inúmeros aspectos dessa reforma que nos parecem preocupantes e representam retrocessos na atuação do Ministério Público em relação ao crime organizado e corrupção. Essa reforma busca restringir a capacidade investigatória do MP", completou Comin.

De acordo com o procurador-geral, a reforma do Código de Processo Penal (CPP), em vigor desde 1941, significaria que o MP só poderia atuar em casos em que houvesse comprovação de abuso de poder econômico e político que impedisse outros órgãos de executar a investigação. 

Outra questão apontada por Comin é de que não poderia mais ter-se a condenação com base em indícios; a avaliação do procurador-geral é de que o PL é uma reação de poderes políticos às investigações da Lava-jato. 

"Não é um momento oportuno para promover mudanças que sejam retrocesso ao que se alcançou nos últimos anos em termo de investigações. Houve equívocos, não há dúvidas, mas certamente os acertos foram superiores a equívocos, por exemplo, na lava-jato", concluiu. 

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