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A barra já deu o que falar

Por Adelor Lessa Edição 27/05/2022
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Estudei em Araranguá no colégio Nossa Senhora Mãe dos Homens, que depois trocou de nome. Hoje é escola Murialdo.

Quando já estava em Criciúma, jornalista, colunista e apresentador de rádio e televisão, fui convidado a “voltar às origens” para mediar um debate entre candidatos a prefeito de Araranguá.

Primo Menegalli era candidato pela primeira vez.

Manoel Motta, que já tinha sido prefeito, tentava voltar.

Sandro Maciel, advogado trabalhista, era o candidato da esquerda.

A disputa estava polarizada entre Motta e Primo.

O debate lotou a quadra de esportes com pais e alunos da escola.

Primeira rodada foi de perguntas entre os candidatos. Todos bem comportados. Ninguém “chutou o balde”.

Na sequência, perguntas do público, seguindo sorteio.

Chegou a vez do Giba Salvador.
Ele nem deu boa noite. Foi direto ao ponto. “Motta, onde foi parar o dinheiro da barra?”, inquiriu.

O ambiente pesou. Começou um empurra-empurra. Mas, consegui contornar a situação.

Retomados “os trabalhos”, o microfone continuava com o Giba para terminar a pergunta.

Ele ainda tinha quase 2 minutos de tempo.

Quem esperava “tempo bom”, temperatura amena, se enganou redondamente.

Veio tempestade!

“Como eu trabalho no Banco do Brasil, banco oficial, sei para a conta de quem foi o dinheiro da barra”, disparou.

E ele não conseguiu terminar a “pergunta”. Briga generalizada.

Foi tenso na hora. Mas, depois, lembrando de tudo aquilo, era até engraçado. Parecia uma comédia pastelão. Porque homens velhos, barbados, pais de alunos, que estavam ali se estapeando ou se empurrando.

Na frente dos filhos. 

Isso aconteceu faz mais de duas décadas. E até hoje a barra continua na pauta.

Giba estava questionando sobre um recurso liberado pelo Governo Federal, alguns anos antes, que deveria ter sido investido para fixação da barra do rio Araranguá. O que até hoje não foi feito.

A necessidade de fixação da barra fica cada dia mais evidente.

Na época do debate entre Primo e Motta, incendiado pelo Giba, a obra viria para facilitar a vazão das aguas do rio Araranguá e evitar enchentes.

Nos tempos atuais, há outros argumentos adicionais. Não menos importantes.

O primeiro deles é que a barra está se movimentando e, se não for fixada, com implantação de molhes, em pouco tempo passará de Araranguá para o Balneário Rincão.

Mas, acima disso, tem a perspectiva real de fomentar receita e renda, provocando uma verdadeira “revolução" na economia local.

Fixando a barra, vai desassorear o canal, permitindo o fluxo de embarcações entre rio e mar.

O rio Araranguá tem o maior calado do estado e do sul do país.

Há estudos bem feitos que indicam a possibilidade de um porto pesqueiro.

Alex Cavalheiro, do Instituto Mix, é um apaixonado pelo assunto. O prefeito César Cesa acredita nos estudos.

Os dois estão animando discussões sobre o assunto.

Com boa vontade, se juntar os deputados do Sul, é possível fazer só com recursos de emendas.

Desta vez, sem o Giba no debate (que já faleceu).

E, principalmente, que não tenha “nenhuma dúvida" sobre o destino dos recursos que venham a ser liberados para a obra.

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