No “papo de arquiteto” da edição passada, começamos a falar sobre revestimentos de bancadas. Discorremos sobre as pedras naturais, o quartzo e as pedras sinterizadas. Nesta edição vamos focar em outras soluções, com diferentes materiais, porém também muito utilizados na arquitetura de interiores.
Vamos começar pelo porcelanato. O uso dos porcelanatos técnicos ou de massa única para confecção de bancadas vem ganhando espaço nos projetos arquitetônicos de interiores. Ele tem um ótimo desempenho quando o assunto é resistência à abrasão, manchas, riscos e variação de temperatura.
Com o lançamento do produto em grandes formatos - as famosas lastras - pode-se executar bancadas de até 2,40 m sem emendas e com uma grande variedade de cores e acabamentos: fosco, acetinado, brilho ou natural. Orientamos os clientes a utilizarem o porcelanato em bancadas de banheiro e áreas de serviço, ou ambientes em que a superfície não vá sofrer muito impacto. Isso porque na hora de montar as bancadas é necessário fazer um acabamento em meia esquadria, o que fragiliza o material, podendo ocorrer lascas ou quebras quando utilizado numa cozinha, por exemplo, com um objeto pesado caindo sobre ela.
Outro material que vem ganhando espaço nos projetos mais modernos ou descolados, é o granilite. A mistura de cimento com grânulos minerais como quartzo, granito ou mármore, foi muito utilizada entre 1920 e 1940, e voltou com força total nos últimos anos. Usado em bancadas de cozinha, banheiro, área de serviço, piso, parede, painéis decorativos e onde mais a imaginação permitir, ele é resistente e exclusivo: por ser um produto quase artesanal, uma peça nunca sai igual à outra.
O que também tem reaparecido – e muito! – nos projetos atuais, são as bancadas de madeira natural. Nos EUA e na Europa elas são muito utilizadas, mas no Brasil ainda aparecem timidamente. Tomados os devidos cuidados de manutenção e principalmente no uso diário, elas podem ser incorporadas aos projetos de bancada de cozinha e de banheiro, por exemplo. Mas, além do cuidado no uso diário, devemos lembrar que a madeira é bastante sensível à agua, ao calor, à umidade e a alguns insetos, sendo assim é um material com manutenção um pouco mais trabalhosa.
Para quem quer a aparência aconchegante da madeira, e a praticidade dos materiais contemporâneos, sugiro fazer uma breve pesquisa nos acabamentos das pedras sinterizadas. Algumas marcas oferecem textura e aparência muito próxima da madeira natural, com toda a facilidade de um material com manutenção próxima de zero.
Falando em materiais contemporâneos, não posso deixar de citar o Corian®. Já há algum tempo no mercado, é um composto solido sintético formado de resina acrílica e hidróxido de alumínio. Ele é um material inovador que possuí três atrativos principais: resistência, versatilidade e beleza – essa última é muito relativa, eu particularmente prefiro a aparência das pedras, sejam naturais ou simerizadas, com seus veios e características únicas.
Mas o Corian® permite criar superfícies contínuas, retas ou curvas e sem emendas aparentes. Além de não amarelar, é conhecido por ser um material regenerativo – algumas manchas ou avarias causadas por mau uso podem ser removidas com limpadores suaves, já danos mais profundos podem ser reparados no próprio local, com mão de obra especializada e sem a necessidade de substituir a peça, e de forma imperceptível. Disponível em mais de 100 cores, é uma tentação para os arquitetos mais minimalistas.
Independente da sua preferência estética, orçamento disponível ou necessidade, é indiscutível o amplo leque de soluções e possibilidades que o mercado nos oferece. Converse com seu arquiteto e escolha a bancada que mais combina com seu estilo!
Artigo publicado em dezembro de 2020, articulista em férias
