No dia a dia do escritório nos deparamos com inúmeras dúvidas e inseguranças em relação às obras que estão por iniciar. Por algum motivo, muitos dos nossos clientes demonstram medo e ansiedade, relacionados à palavra REFORMA.
Confesso que AMO um quebra-quebra. Me sinto muito bem num ambiente de canos aparentes, reboco e pedaços de tijolos pelo chão, afinal de contas eu entendo do processo e sei que no final, tudo acaba perfeitamente bem, mas entendo o porquê desse pé atrás das pessoas em encarar uma situação dessas.
Quem assiste programas de reforma como ‘Irmãos à obra’ ou ‘Ame-a ou deixe-a’ tende a achar que tudo pode acabar em problema. E não é bem assim. Claro que intercorrências podem acontecer quando se fala em reforma, principalmente quando falamos em casas ou apartamentos mais antigos em que projetos e informações importantes acabaram se perdendo com o tempo. Mas a primeira coisa que precisamos ter em mente é que pra tudo tem um jeito e que é imprescindível confiar no profissional que contratou!
E eu digo isso porque muitas vezes o cliente pega o projeto e quer sair executando tudo sozinho, somente com a ajuda dos empreiteiros que contrataram, sem consultar o arquiteto, que é quem pode e deve dar as melhores soluções para os problemas que possam vir a aparecer no processo.
E é por isso que eu não canso de repetir que reformar não é nenhum bicho de sete cabeças. Modificar o ambiente pode ser simples, rápido e até econômico quando tudo for planejado!
Mas afinal de contas, o que considerar ao reformar a casa?
1.Junto ao seu arquiteto, determine a dimensão da reforma.
Verifique quais ambientes precisam de apenas um carinho especial e quais ambientes realmente precisam de quebra-quebra. Em imóveis antigos orientamos dar uma checada na parte hidrossanitária e trocar as fiações e os acessórios elétricos, já que eles possuem um tempo de vida útil determinado.
Para a troca de tubulações, o quebra-quebra é inevitável, mas a troca de fiação, por exemplo, pode ser feita sem muito trabalho, desde que os conduítes não estejam obstruídos.
A colocação de um piso novo também não precisa ser complicada, já que em alguns casos pode ser feita sem a retirada do antigo, o que gera muito mais economia e leva menos tempo para execução.
2. Com a sua família, defina aonde vai morar no período de reforma.
Se você vai reformar o imóvel em que vive com sua família, precisa decidir se vai encarar a reforma assim, tão de perto, ou se vai assistir mais de longe, morando em algum outro imóvel que possui ou alugando um outro local.
Eu recomendo, sempre que possível, quando for uma reforma grande, que a família se mude no período de obras. Como eu citei anteriormente, apesar de amar esse ambiente, eu sei que ele pode ser muito estressante para a maioria das pessoas. Além disso, com o imóvel vazio, podemos ‘atacar’ várias áreas de reforma de uma vez só.
3. Faça um orçamento de custo total.
Sabendo a dimensão do projeto e tendo decidido em que local vai ficar durante a execução da obra, chegou a hora de fazer um orçamento do custo total da reforma, considerando material utilizado, mão de obra, aluguel de um outro imóvel ou alguém pra te ajudar na limpeza pesada de obra, que será necessário caso você decida ficar morando no mesmo local.
Muitos clientes, até pela pressa em executar o projeto, acabam pulando essa etapa, que é muito importante! É aqui que acontecem aqueles imprevistos que fazem alguns moveis ou acabamentos serem cortados da lista, naqueles conhecidos programas de reforma.
Mas para ter um orçamento confiável, é preciso de tempo! Para conseguirmos elaborar um cronograma e orçar uma reforma inteira, é necessário que todos os projetos estejam detalhados.
Nossa maior dificuldade aqui no escritório, é que os clientes assistem a apresentação de projeto e já querem sair orçando através das imagens que viram. E não é bem assim!
4. Contrate com antecedência!
Não são só os arquitetos que precisam ser contratados com antecedência – lembrando que um projeto, da etapa de contratação até a etapa de detalhamento, dependendo das dimensões e quantidade de ambientes, pode levar até 90 dias para ficar 100% pronto; os fornecedores de revestimentos, marceneiros, marmoristas e demais profissionais que envolvem uma obra também tem seus prazos próprios.
O cenário de pandemia aumentou um pouco esses prazos, que podem chegar facilmente a 60 dias. Como os preços também não param de subir, vale a pena a contratação com antecedência, para tentar congelar os preços do que será usado na obra.
5. Compare os preços!
Compare os preços dos fornecedores, contudo, lembre-se que não é o preço que determina com quem você deve fechar, mas sim a qualidade e confiança nos materiais.
Infelizmente, temos muitos fornecedores que para fechar a venda cobrem o preço do concorrente e prometem o melhor prazo, mas que na hora de entregar não conseguem cumprir nem o mínimo do esperado.
6. Respire fundo e vá com fé!
Mesmo com um bom planejamento e com um cronograma montado, tenha ciência de que adversidades podem acontecer: desde uma chuva que não permite trabalhar na área externa, até uma pandemia, que pode afastar os trabalhadores da obra por alguns dias.
O importante é confiar no processo e estar rodeado de bons profissionais que assegurem que tudo vai acabar perfeito!