O deputado Julio Garcia foi muito verdadeiro quando disse que vive o momento mais triste da sua carreira política. A sua voz mostrava isso, muito abatido. Nem quando perdeu a eleição para deputado, quando ficou primeiro suplente, ele ficou tão abatido. Ele costuma ser um orador eloquente, firme e hoje estava com a voz abatida. Ele está machucado com o que aconteceu, principalmente ele que buscou sempre ter uma imagem de homem reto, limpo, sem nada a dever
No seu discurso, ele argumentou bem as questões que tratou. No segundo ponto em que é citado ele falou do dono de uma empresa prestadora de serviço, que é seu amigo pessoal, esse empresário é de Criciúma. Ele usou um argumento em relação ao Nélson Nappi que é plausível, se soubesse que ele teria ilegalidade não seria ingênuo de nomear diretor de TI da Alesc. Os argumentos dele foram convincentes.
Falaram onze deputados em plenário, de vários partidos. Chamou a atenção que nenhum deputado do PP falou, se solidarizando. Nem o João Amin, com quem o Julio sempre foi muito próximo, nem o Zé Milton que é da região. Da região falou o Vampiro em nome dos deputados do MDB, não falou o Jessé, mas falaram o Felipe Estevão e o Vampiro. Minotto não falou mas estava em Brasília.
Depois ele foi para a sala de imprensa e, em entrevista coletiva, descartou saída da presidência e renúncia. Ele quer provar a sua inocência. Disse que não tem patrimônio material, que fez doação do que possuía para seus filhos. O Julio reagiu, foi enfático, e disse que não há nada contra ele, nenhuma acusação direta.
O Julio era a principal autoridade política do Estado. O governador é um político novo, de pequena caminhada, e o Julio Garcia ,autoridade reconhecida, trânsito em todas as esferas, político habilidoso, jeitoso, respeitado, era o contraponto entre as autoridades políticas de Santa Catarina. Era um pré-candidato natural ao Governo do Estado. Até que ponto essa operação o tira do jogo? O tempo dirá.