A criação da CPI do CriciumaPrev não foi a pior notícia para o prefeito Clésio Salvaro, PSDB.
As assinaturas no requerimento de três vereadores da sua base de apoio incomodaram muito mais.
Um deles, Dailto Feuser, é vereador do seu partido, o PSDB, e foi presidente da executiva municipal até início de 2019.
Outros dois, Julio Colombo, PSB, ex-presidente da Câmara, e Diego Goulart, DEM, também são base de apoio. Diego, inclusive, é suplente e está na Câmara por uma operação recente pilotada por Salvaro.
Feuser já havia votado contra a orientação de Salvaro na proposta da oposição para isenção de taxa da Cosip para condomínios.
Ontem à noite, depois da criação CPI, o prefeito sinalizou que Feuser deve ser punido com a retirada de seu nome da lista de candidatos a vereador do partido em 2020 - “isso é assunto para as convenções partidárias que vão definir as candidaturas”.
Os outros vereadores que assinaram o pedido de CPI são da oposição.
Dois deles eram da base de apoio do prefeito, mas foram liberados pelos seus partidos para procurar nova filiação. Zairo Casagrande, PSD, e Julio Kaminski, “colega" do prefeito no PSDB.
Saindo do ambiente das circunstâncias políticas, o pedido de CPI está baseado em fatos (e dúvidas) que são conhecidos. A diretoria do Conselho do CriciumaPrev já havia chamado a atenção para tudo isso. Esclarecer é preciso (e importante para todos).
O problema de uma CPI é que todo mundo sabe como começa, mas ninguém imagina como vai terminar.
O que disse
Clésio Salvaro, sobre a CPI:
“Estão antecipando o debate da eleição, isso é ruim para a cidade, mas eles não tem mais o que fazer, não conseguiram viabilizar uma candidatura a prefeito, e agora vão fazer CPI para fazer barulho”.
O que disse 2
Julio Kaminski, sobre a CPI:
“Ao longo do tempo, nós levantamos várias questões, e pedimos muitas informações acerca do CriciumaPrev, desde a forma de aposentadoria, os parcelamentos, e uma série de outras situações. Com a provocação do conselho, que denunciou irregularidades, a Câmara precisava dar uma reposta, não poderia se calar”.
Em silêncio
Os vereadores da oposição, especialmente Ademir Honorato, Zairo Casagrande e Julio Kamisnki, trabalham na surdina e pegaram de surpresa o líder do governo, Aldinei Potelecki, e a articulação do governo Salvaro na Câmara.
Eles já tinham cinco assinaturas, mas só deixaram vazar depois que conseguiram o apoio dos três da base do governo.
O prefeito só ficou sabendo do pedido de CPI quando já estava protocolado com as oito assinaturas.
Porta fechada
O vereador Julio Colombo, de saída do PSB, estava com a entrada no PSDB apalavrada com o prefeito Salvaro. Mas, depois da assinatura dada no pedido de CPI, inviabilizou a entrada no time dos tucanos.
A pauta boa
O governo do prefeito Salvaro foi céu ao inferno ontem na Câmara de Vereadores.
Primeiro, com o depoimento de representantes do Samae de Orleans, os argumentos que vem sendo sustentados para o rompimento do contrato com a Casan ficaram fortalecidos.
A tarifa cobrada pelo Samae é mais barata e o “lucro" da operação permite investimentos pesados.
Mas, depois veio a “bomba" da CPI.
A candidatura de Anselmo
O empresário Anselmo Freitas pode se filiar no PSD nos próximos dias para encaminhar candidatura a prefeito de Içara.
Anselmo já foi convidado pelo presidente do PSD, vereador Alex Michels, presidente da Câmara.
O presidente da Assembleia, deputado Julio Garcia, já foi informado da operação e deu sinal verde.
Anselmo é um dos principais empresários de Içara, maior produtor de descartáveis plásticos da região, e nunca disputou eleição.
Ele pediu prazo para avaliar com a família o convite do PSD e prometeu dar sua posição em poucos dias.
Ontem, o deputado Julio Garcia e o vereador Alex Michels fizeram ato para dezenas de filiações ao PSD em Içara.
Comin também
Todos os deputados da região que disputaram reeleição e saíram derrotados estão empregados na Assembleia Legislativa.
O último a ser acomodado foi o ex-deputado Valmir Comin, PP. Ato foi publicado ontem (assessor de bancada).
Já estavam nomeados Doia Guglielmi, PSDB, e Cleiton Salvaro, PSB.
Dos ex-deputados da região (mandato passado), o único que não foi nomeado foi Manoel Mota. Mas, ele pode ficar de fora porque não disputou reeleição.
Rebaixamento não interessa
As duas principais empresas de construção de rodovias e obras públicas da região, Setep e Castanhel, não vão participar da licitação para obra de rebaixamento na Avenida Centenário.
Há problemas no projeto e o valor previsto para a obra (pouco mais de R$ 2 milhões) foi considerado abaixo do mínimo necessário.
Aniversário
O empresário Zefiro Giassi, um dos grandes incentivadores do Santuário Sagrado Coração de Jesus, acompanhou o padre Antônio Vander para o convite para a Festa da Misericórdia, que acontecerá entre os dias 21 e 28 de abril, em Içara, ao prefeito de Cocal do Sul, Ademir Magagnin. O ex-deputado estadual Dóia Guglielmi também esteve presente.
Sindicância
Prefeitura de Criciúma abriu sindicância para apurar as responsabilidade sobre o suposto uso do caminhão da Diretoria de Trânsito e Transporte (DTT) para pintura de faixa de divisão em estacionamento de estabelecimento privado. O ato foi flagrado por vizinhos e circulou nas redes sociais.
Adiado (1)
O requerimento do vereador Ademir Honorato (MDB) para que o prefeito Clésio Salvaro (PSDB) compareça na sessão da Câmara, no dia 22 de abril, para falar sobre o possível rompimento de contrato com a Casan, foi adiado. O líder de Governo no Legislativo, Aldinei Potelecki (PRB), em questão de ordem, solicitou que o requerimento fosse encaminhado à análise de comissão.
Adiado (2)
Em seguida, o próprio Ademir Honorato solicitou a retirada do requerimento que propunha a realização de uma audiência pública para tratar do mesmo assunto em 22 de maio. O motivo foi a criação de uma comissão provisória pela Câmara de Vereadores para acompanhar as decisões do Governo Municipal. A ideia é que essa comissão encaminhe a realização de uma audiência pública.
Composição
A primeira reunião da comissão será presidida pelo vereador Julio Kaminski (PSDB), na quinta-feira. Também fazem parte os vereadores Edson do Nascimento, o Paiol (PP), Aldinei Potelecki (PRB), Salésio Lima (PSD), Julio Colombo (PSB), Jair Alexandre (PSC), Tita Belloli (MDB) e Diego Goulart (DEM).
Votação do veto
Um grupo de vereadores de Criciúma se prepara para ir à Assembleia Legislativa, amanhã, acompanhar a votação do veto do governador Carlos Moisés (PSL) a projeto do deputado José Milton Scheffer (PP) que trata de critérios técnicos para a distribuição de recursos na Saúde. Um dos pontos é a destinação de 10% do Fundo Estadual de Saúde aos hospitais filantrópicos, responsáveis pela maioria dos atendimentos SUS no estado. O valor corresponde a R$ 180 milhões. A mobilização na região foi liderada pelo Hospital São José.
Requerimento barrado
O requerimento do vereador Marcos Meller (PSDB), que pretendia realização de audiência pública com o objetivo de criar o Dia Municipal da Sukyo Mahikari, uma organização filosófica, não foi aprovado pela maioria dos vereadores. Pastor Jair Alexandre (PSC) foi o único a se manifestar. Usou o mesmo argumento que foi usado contra uma proposição sua, no ano passado, de que não poderia “banalizar” o calendário municipal de dias comemorativos.