O eleitor de 36 anos vai votar pela primeira vez para prefeito de Criciúma sem Clesio Salvaro na urna.
Mas, como o voto aos 16 anos é facultativo, muitos de 38 anos.
Muitos eleitores de 40 anos vão votar para prefeito de Criciúma em 2024 em Salvaro no jogo.
Sempre pelo PSDB, Clesio foi candidato a prefeito de Criciúma pela primeira vez em 2004. Ficou em terceiro lugar.
Naquela eleição, Décio Góes, PT, era prefeito, disputou a reeleição, venceu, mas foi cassado antes de assumir. Anderlei Antonelli, MDB, ficou em segundo e foi o prefeito.
Clésio se elegeu prefeito pela primeira vez na sucessão de Antonelli, em 2008. Fez 48,62% dos votos.
Disputou reeleição em 2012, venceu fácil, com 76,48% dos votos, mas foi cassado antes de assumir.
Teve eleição suplementar para definir o prefeito, ele não foi prefeito, mas foi o seu vice do mandato passado, que era o mesmo da chapa da reeleição.
A rigor, mesmo sem ele, era a chapa do Clesio. Foi o sentimento que prevaleceu. E ele fez campanha como se fosse o candidato.
Em 2016, foi eleito prefeito de novo com 75,87% dos votos, e reeleito em 2020, com 72,36% dos votos.
Como está cumprindo o segundo mandato seguido, não poderá disputar nova reeleição em 2024.
Então, 2024 será a primeira eleição para prefeito em 20 anos sem Salvaro.
É evidente que ele vai ajudar para tentar ajudar na eleição de um sucessor que seja aliado. Mas, não será a mesma coisa. E nada a ver com2012, quando teve a eleição suplementar sem o seu nome na urna.
Circunstâncias bem diferentes, sentimentos distintos.
A ausência de Salvaro na urna vai criar uma nova perspectiva para a eleição.
Políticos que em 2020 não se apresentaram para não enfrentar Salvaro, que tinha mais de 80% de aprovação do seu mandato, desta vez vão entrar em campo.
A rigor, os três deputados federais de agora são potenciais candidatos. Daniel Freitas, Geovania de Sá e Ricardo Guidi.
O vice-prefeito Ricardo Fabris, também.
O deputado estadual Luiz Fernando Vampiro é provável.
O ex-deputado Jorge Boeira, talvez.
O vereador Arleu da Silveira é de momento considerado o mais provável candidato do próprio Salvaro.
São os primeiros nomes listados. A rigor, nenhuma novidade. São nomes citados, especulados, pelo menos nas ultimas duas eleições. Mas, para 2024 “estimulados" pela ausência de Clesio.
A viabilização das candidaturas, no entanto, passa pela eleição de 2022.
Daniel, Geovânia e Guidi, os três federais que disputarão a reeleição, por exemplo, e mais Vampiro, que também deve ser candidato a federal, e mais Fabris, o vice, estarão fortalecidos, ou consolidados, se tiverem votações importantes na cidade.
Da mesma forma, Boeira, que está se matriculando para disputar o Governo.
Arleu não será candidato em 2022, mas deve ganhar musculatura para disputar a prefeitura no comando da secretaria de saúde, para onde deve ir quando Acelio Casagrande sair para disputar eleição para deputado estadual.
A propósito, se Salvaro pegar firme na campanha de Acelio e ele for um “campeão de votos” na cidade em 2022, será naturalmente inserido no processo para 2024.
Poderá “aceitar” ou emprestar seu apoio politico e potencial de votos para alguém indicado pelo prefeito Salvaro.
Jorge Boeira, sendo candidato ao Governo, se for o mais votado em Criciúma, ou pelo menos fizer votação expressiva, e não for eleito governador, estará naturalmente “cacifado” para disputar a prefeitura.
Ainda devem inseridos na lista para 2024 o médico Anibal Dário, a advogada Julia Zanatta e o advogado Chico Balthazar, que já disputaram a prefeitura em 2020, aceitando a “missão inglória” de enfrentar Salvaro.
Era derrota considerada certa por todos. A duvida era saber “por quanto”.
Mas, em 2024 será "outro jogo”.
Além de todos os citados, ainda teremos uma ou duas novidades. Nomes nunca pensados, ou imaginados, mas que também deverão se animar porque Salvaro não estará em campo.
Enfim, tem muita água a passar por debaixo da ponte até a eleição de 2024 para prefeito de Criciúma, muitas pontes vão cair, mas já é possível projetar nomes e cenários.
E uma certeza: será um eleição diferente de todas as outras desde 2004. Sem Clesio Salvaro.
A dúvida que já está no ar é o que Salvaro vai fazer quando descer as escadarias do Paço em janeiro de 2025?
Aliados próximos dizem que ele pensa em repetir o que fez Eduardo Leite, atual governador do Rio Grande do Sul. Ele deixou a prefeitura de Pelotas e ficou dois anos correndo o estado, se preparando para disputar o Governo.