Um dos pontos que mais me deixou pensativo em Portugal foi o destaque de Alexandre Herculano no Mosteiro dos Jerônimos, em Belém, na Grande Lisboa.
Enquanto Vasco da Gama, Fernando Pessoa e mesmo outros descobridores e personagens destacados de Portugal mereceram monumentos dentro do complexo histórico, as cinzas de Alexandre Herculano estão numa tumba no meio de um salão enorme – enorme MESMO. E ali estão suas frases, seus pensamentos e as referências às suas principais obras. E percebi que ele foi mais importante para a história do que os demais. Pelo menos quanto à literatura, com decisiva força na forja das identidades culturais.
Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo (Lisboa, 28 de março de 1810 – Quinta de Vale de Lobos, Azoia de Baixo, Santarém, 13 de setembro de 1877) foi um escritor, historiador, jornalista e poeta português da era do romantismo.
Como liberal que era, teve como preocupação maior, estabelecida nas suas ações políticas e seus escritos, sobretudo em condenar o absolutismo e a intolerância da coroa no século XVI para denunciar o perigo do retorno a um centralismo da monarquia em Portugal.
Faleceu no dia 18 de Setembro de 1877. Encontra-se sepultado no Mosteiro dos Jerônimos, transladado para aí em 6 de Novembro de 1978.
Uma das obras mais notáveis de Alexandre Herculano é a sua História de Portugal, cujo primeiro volume é publicado em 1846, obra que introduz uma historiografia científica em Portugal, não podia deixar de levantar enorme polêmica, sobretudo com os setores mais conservadores, encabeçados pelo clero, que o atacou por não ter Herculano admitido como verdade histórica o então célebre Milagre de Ourique - segundo o qual Cristo aparecera ao rei Afonso Henriques numa batalha.
Herculano foi o responsável pela introdução e pelo desenvolvimento da narrativa histórica em Portugal. Juntamente com Almeida Garrett, é considerado o introdutor do Romantismo em Portugal, desenvolvendo os temas da incompatibilidade do homem com o meio social.
O trabalho literário de Herculano foi, juntamente com as Viagens na Minha Terra, de Almeida Garrett, o ponto inicial para o desenvolvimento da prosa de ficção moderna em Portugal. A partir disto, as narrativas históricas foram focando épocas cada vez mais próximas do século XIX.