O Carnaval se foi num átimo. Minha paciência e prazer com a festa brasileira sumiu há muito tempo. A idade, talvez. Isso não é base e nem desculpa, porém. É coisa minha, de doido etário em excesso. Idosos – e não poucos – se jogam à folia, dentro dos seus limites, com uma vontade doida.
A bem da verdade, prefiro a quaresma, embora meus pendores religiosos sejam pequenos em relação às suas tarefas comportamentais. Gosto da quaresma pela sua realidade: a lonjura da folia ou por ser um contraponto às loucuras. A sua antítese. Posso afiançar ser esse meu sentimento arredio à “festa momesca” um jeito de me isolar e viver pra mim e pra minha mulher, trancafiados estrategicamente em nosso canto. Isso, é claro, prevalece em relação a outros episódios sociais.
De alguns a gente participa por respeito familiar e por amizades mais próximas e queridas. E o fazemos com gosto. Mas a nossa preferência é vivermos ensimesmados, trocando sentimentos ou apenas deixando o tempo passar. Começarei a me preocupar quando e se ficar crítico ou infenso a isto. Porque, diz-se: se eu sou incapaz de gostar da minha companhia, a coisa tá feia.
Por inspiração e gostosa influência de minha mãe, religiosa e mulher de fé estrondosa e profunda enquanto viveu, acredito num organizador de tudo isso. Desde a fé até os fenômenos temporais e os mitos da alma humana. Um Ser Superior. E a melhor definição do Ser Superior, pra mim, é da Maçonaria: GADU ou Grande Arquiteto do Universo. É por aí que ando. Creio firmemente num Ser Superior, qualquer que seja seu nome. Porque o Universo é perfeito demais para ser mera casualidade.
As bênçãos do Vô Deba pra vocês.