“Uma noite eu tive a sede de um príncipe, depois a de um rei, depois a de um império, a de um mundo em fogo.” O poema “Açúcar” (Sugar) do norte-americano James Dickey descreve com precisão os sintomas da doença: a sede, a necessidade de urinar várias vezes ao dia e em grandes volumes. A doença era grave, geralmente fatal em jovens. A descoberta da insulina em 1921 por dois pesquisadores da Universidade de Toronto, Frederick Banting e Charles Best, pôs fim a este sofrimento e a morte prematura dos diabéticos. No entanto a sobrevida aumentada trouxe complicações praticamente inexistentes anteriormente, como a cegueira, a insuficiência renal e os distúrbios circulatórios que levam a amputação de dedos, pés e pernas.
Grande parcela dos portadores da doença não se conscientiza da gravidade do problema, postergando o controle da glicemia , o popular “açúcar no sangue”, bem como do colesterol, triglicerídeos e da pressão arterial, que complicam sobremaneira o prognóstico da enfermidade . Assim procedendo permitem o aparecimento de lesões irreversíveis em pequenos vasos que fazem a nutrição de inúmeros órgãos do corpo humano, em especial dos olhos, rins e membros inferiores. Quando os sintomas aparecem, como a deficiência visual, a doença já está muito avançada e o tratamento mais difícil. Só um controle rigoroso com o endocrinologista e avaliações periódicas com oftalmologista, nefrologista e angiologista pode evitar as graves complicações da doença, que condena pessoas ainda jovens a aposentadorias, benefícios e incapacidades laborativas.
O processo de formação da visão:
As alterações no fundo de olho de pacientes diabéticos:
O custo social das seqüelas da patologia é imenso. Cegos e mutilados não podendo mais desempenhar suas atividades habituais, pacientes com insuficiência renal sendo submetidos à hemodiálise enquanto aguardam o transplante, que provavelmente nunca virá. É bem verdade que as conquistas da medicina, como o raio laser, as cirurgias vasculares, novos medicamentos e equipamentos para controle dos níveis glicêmicos, aparelhos de diálise, próteses, etc, atenuaram em parte o sofrimento causado por esse terrível mal, insidioso, crônico e progressivo.
Podemos resumir em uma palavra a tranqüilidade com que se evitam os “dissabores” : P R E V E N Ç Ã O . Portanto; controle, não para amanhã ou por alguns meses, mas sim desde hoje e por todos os dias, para que eles sejam profícuos.... e bem vividos.