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Praças e Fontes de Roma I

Por Benito Gorini 21/01/2025 - 15:00

Os roteiros turísticos das operadoras oferecem normalmente 2 dias, no máximo 3, para “conhecer” Roma. É muito pouco para uma cidade com 2788 anos de história. Para uma visita rápida às praças e Fontes são necessários no mínimo 5 dias, considerando que existem inúmeras atrações entre elas, merecendo uma parada. Os roteiros podem ser feitos a pé, com exceção de pontos mais distantes como o Vaticano ou San Giovanni in Laterano. Mãos à obra, ou melhor ao celular e computador, para redigir o primeiro dos cindo artigos.

Do Campo di Fiori ao Pantheon

O passeio começa bem cedo no Campo di Fiori, para apreciar a montagem das bancas de produtos agrícolas do mercado que ocorre todas as manhãs, de segunda à sábado. Para os que gostam de agito o melhor é fazer o roteiro inverso , terminando na praça para aproveitar a atmosfera festiva do local, com bares, pubs, restaurantes e músicos de rua. Giordano Bruno, teólogo, filósofo e matemático italiano, por suas ideias consideradas heréticas, foi condenado à morte na fogueira pela inquisição em 1600. No local da execução ergue-se a lúgubre estátua do frade dominicano.

A estátua de Giordano Bruno no Campo di Fiori

Bem perto da praça fica a igreja de Sant’ Andrea della Valle, famosa por fazer parte do primeiro ato da ópera Tosca de Puccini. A igreja conta ainda com a segunda cúpula mais alta de Roma, superada apenas pela de São Pedro no Vaticano. Deixando a igreja, em curta caminhada chega-se a Piazza Navona – em forma de uma elipse estreita e longa - a mais bela praça barroca de Roma. Logo no início vamos ver a bandeira brasileira, hasteada na frente do Palácio Pamphili, construído pela família do papa Inocêncio X e sede da Embaixada do Brasil na Itália. Bem em frente está a Fontana del Moro, de Bernini.

A Fontana del Moro, em frente à Embaixada do Brasil

No centro da praça, em frente da Igreja de Sant’ Agnese in Agone, de Borromini, encontra-se a Fontana dei Fiumi, também de Bernini, homenageando quatro grandes rios: Nilo, Danúbio, Ganges e o Rio da Prata, descoberto em 1515 pelo navegador Juan Diaz de Solis (história interessante relacionada com Florianópolis). Esculturas representando os rios e um grande obelisco erguem-se do centro da fonte, que serviu de cenário para o filme “Anjos e Demônios”.

A Fonte dos Quatro Rios

Partindo em direção ao Pantheon passamos pelo Palazzo Madama, sede do Senado Italiano. Na Igreja de San Luigi dei Francesi, nos fundos do palácio, encontram-se as obras-primas “A Vocação”, “A Inspiração” e “O Martirio”, de Caravaggio, sobre a vida de São Mateus. No Pantheon, localizado a curta distância, outra praça, a da Rotonda, com fonte e obelisco. No interior do edifício estão sepultados o grande pintor Rafael Sanzio e os Reis Vitorio Emanuele II e seu filho Humberto I.

O pórtico do Pantheon

Pausa para um lanche e um gelato nos vários restaurantes das proximidades.

A Gelateria della Palma, próxima ao Pantheon

Ao lado do Pantheon fica a Igreja de Santa Maria sopra Minerva, com o curioso obelisco do elefante em frente. No seu interior encontram-se as tumbas do pintor florentino Fra Angelico e de Santa Caterina de Siena, padroeira da Itália.

O obelisco do elefante, em frente à Igreja de Santa Maria Sopra Minerva

Finalizando o nosso passeio, uma visita à Igreja de Santo Inácio de Loyola é indispensável. O arquiteto Andrea Pozzo criou um maravilhoso efeito em “trompe l’oeil” no teto, dando a impressão de uma cúpula em um espaço praticamente plano.

Sugestões

  • A ária “Recondita Armonia” do primeiro ato da ópera Tosca, de Puccini, que se passa na Igreja de Sant’ Andrea della Valle
  • O livro “Gênios e Rivais”, de Jake Morrissey, sobre Gianlorenzo Bernini e Francesco Borromini, os principais arquitetos do barroco
  • A pintura “A Vocação de São Mateus”, na Capela Contarelli da Igreja de San Luigi dei Francesi. Caravaggio usou com maestria os efeitos de luz e sombra
  • O filme “Anjos e Demônios”, com cenas do Panteon e da Piazza Navona
  • O efeito ilusionista no teto da Igreja de Santo Inácio de Loyola.

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