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Eppur si muove

Por Benito Gorini 02/06/2022 - 15:00 Atualizado em 06/06/2022 - 12:17

O gênio humano frequentemente se manifesta em descobertas que se baseiam unicamente em um cérebro privilegiado e observador. O matemático Eratóstenes, astrônomo, geógrafo, filósofo, poeta e diretor da  biblioteca de Alexandria , cidade muito conhecida pelo seu famoso farol, uma das maravilhas do mundo antigo, calculou a circunferência da Terra com grande precisão no século III  a.C.  Eratóstenes sabia que no dia 21 de junho, data do solstício de verão no hemisfério norte, o sol do meio-dia não produzia sombras na cidade de Syene,  a atual Assuã, próxima a primeira catarata do Nilo. O reflexo do sol podia ser obtido na água, no fundo de um poço.

Foi uma observação que qualquer outra pessoa teria ignorado. Eratóstenes, no entanto, era um cientista e observou que na mesma hora o sol produzia sombras em Alexandria. Como os raios solares chegam paralelos à Terra, fato já conhecido pelos antigos egípcios, o nosso planeta não poderia ser plano (há 23 séculos a ciência já sabia disso mas os terraplanistas ainda não sabem). Eratóstenes sabia que a distância de Syene a Alexandria era de 800 km pois  havia contratado um homem para medi-la em passos. Com este dado e com o ângulo obtido pela sombra de varetas colocadas verticalmente ao meio-dia em Alexandria, o cientista determinou a circunferência da Terra, através de simples cálculo trigonométrico.   O valor encontrado por Eratóstenes foi de 40.000 km., muito próximo da medida atual. 

A moderna Biblioteca de Alexandria, próxima ao local onde ficava a antiga biblioteca

Galileo Galilei, ao observar a oscilação de um lustre no interior da Catedral de Pisa formulou as leis do movimento pendular. Em 1.609, aperfeiçoando um telescópio desenvolvido na Holanda 1 ano antes, descobriu as luas de Júpiter Io, Europa, Ganimedes e Calisto, corroborando as ideias heliocêntricas de Copérnico. Isso vinha de encontro aos dogmas da igreja católica, de um universo centrado na Terra, com tudo girando ao seu redor. Galileo teve que se retratar, para evitar o destino de um outro grande cientista, Giordano Bruno, condenado a morrer na fogueira em 1.600 no Campo dei Fiori, em Roma. No entanto, nos últimos momentos de sua longa existência, Galileo afirmou : “Eppur si muove”.

Campo dei Fiori, mercado de rua de Roma com o monumento de homenagem a Giordano
Bruno ao fundo
O Batistério, o Duomo e a Torre de Pisa, no Campo dos Milagres

 

A tumba de Galileo Galilei na Igreja de Santa Croce, em Florença, onde estão sepultados Michelangelo, Maquiavel e Rossini

 

Descobertas de Copérnico, Galileo e Newton. Uma boa opção é o filme “A Vida de Galileu”, de Joseph Losey baseado na obra de Bertolt Brecht

Em 1851 no Panteão de Paris, imenso templo construído por Luís XV e onde estão sepultados os grandes de França como Voltaire, Rousseau, Mirabeau, Victor Hugo, Louis Braille, Alexandre Dumas e Emile Zola, foi realizada uma experiência interessante. Pela oscilação de um pêndulo preso à abóbada da igreja e que completou um giro de 360 graus em 24 horas, o físico francês Léon Foucault  comprovou o movimento de rotação da Terra. 

 

Varetas, lustres, pêndulos e cérebros prodigiosos fizeram a diferença.

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