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Idade Média

Por Benito Gorini 06/10/2022 - 10:50 Atualizado em 06/10/2022 - 11:16

Aprendemos nos bancos escolares que a Idade Média foi uma era de trevas, com grande retrocesso em todas as formas de conhecimento até então existentes. Esta afirmação é válida apenas para o período entre a  queda do Império Romano em 476 d.C. e o chamado renascimento carolíngio, no século IX de nossa era, quando surgiram novas ideias no campo da música, literatura e arquitetura. Mas é a partir do século XII que profundas modificações  artísticas, culturais e religiosas nos obrigam a encarar de forma diversa a Idade Média. Surgiram as universidades de Paris e Montpellier na França, Bolonha, Pádua e Pavia na Itália, Oxford e Cambridge, na Inglaterra, Salamanca na Espanha, Heidelberg, na Alemanha e Coimbra, em Portugal.

A Faculdade de Medicina de Coimbra, criada em 1290 pelo rei Dom Dinis | Foto: Arquivo Pessoal

A arquitetura sofreu profunda modificação, passando da pesada estrutura românica para o gótico mais leve, com suas altas naves e magníficos vitrais, permitindo a passagem de diversos tons de luz para o interior das construções. A Catedral de Chartres, a  Sainte Chapelle em Paris, o magnifico Duomo de Milão e a imensa Catedral de Colônia são bons exemplos. 

O Duomo de Milão | Foto: Arquivo Pessoal

A Ordem Cisterciense introduziu novos conceitos arquitetônicos nas suas abadias e foi a responsável por importantes inovações na viticultura, que perduram até hoje com os maravilhosos vinhos da Borgonha.

Os vinhedos da Borgonha, que pertenciam à Ordem Cisterciense até a Revolução Francesa de 1789 | Foto: Arquivo Pessoal

São Francisco escrevia suas belas páginas em Assis, Santo Antonio, português de nascimento, pregava em Pádua e São Tomás de Aquino doutrinava em Nápoles. Dante Alighieri escrevia a Divina Comédia, Petrarca descrevia a vida dissoluta da corte papal em Avignon. Boccaccio, nos contos do  seu Decameron, divertia seus companheiros que isolados nos arredores de Florença procuravam escapar a terrível peste negra que exterminou um terço da população europeia. Giotto rompia com a tradição bizantina, fornecendo o arcabouço da futura pintura renascentista.

A Capella degli Scrovegni, em Pádua, foi financiada pela rica família Scrovegni, na tentativa de expiar os pecados e salvar a alma de um de seus membros, grande agiota e explorador. Em 1304 os afrescos de Giotto nas paredes da capela com cenas da vida de Cristo causaram uma revolução na história da pintura | Foto: Arquivo Pessoal

As lentes de aumento, permitindo a leitura para os portadores de deficiência visual, surgiram também nesta época. As letras de câmbio, os bancos e as guildas, espécie de sindicatos que representavam as diferentes atividades comerciais e que financiavam a construção de igrejas e hospitais, foram também invenções medievais.

Período de trevas ? Não creio, apesar dos horrores da Inquisição, da guerra dos cem anos e das cruzadas, intolerância religiosa que sob outros nomes perdura até hoje.
      

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