Com o ritmo alucinante da vida nos dias atuais, onde a maioria dos contatos nas redes sociais são rápidos, breves, superficiais e desprovidos de análise e qualidade, os acontecimentos cotidianos são rapidamente esquecidos. Creio que é o caso de Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros e também do escultor Paulo de Siqueira, assunto de um futuro blog. Paulo Alberto adotou o pseudônimo de Artur da Távola e foi professor, advogado, jornalista, escritor e político carioca. Foi eleito deputado estadual em 1962 mas teve seus direitos cassados e exilou-se na Bolívia e Chile. Retornando ao Brasil participou da fundação do PSDB, tendo sido eleito deputado federal e senador pelo Rio de Janeiro.
Foi colunista nos jornais Última Hora, O Globo e O Dia e escreveu 23 livros, alguns prefaciados por artistas e jornalistas famosos como Fernanda Montenegro, Carlos Vereza, Beth Faria e Pedro Bial. Távola foi um dos grandes oradores do Senado onde foi líder no governo Fernando Henrique Cardoso. Apresentava o programa “Quem tem medo da música clássica ?” na TV da instituição, onde demonstrava sua paixão e conhecimento da música erudita. Sempre encerrava o programa com uma frase:
"Música é vida interior e quem tem vida interior jamais padecerá de solidão"
Abertura do programa “A Música Erudita e seus Mestres” da Rádio Senado
Comentários de Artur da Távola sobre a música sacra de Mozart no programa “Quem tem medo da Música Clássica”, da TV Senado. O Kyrie Eleison da Grande Missa é o ponto culminante, principalmente o solo da soprano Arleen Auger
Eu era um espectador assíduo do seu programa, onde o autor narrava com brilhantismo as obras-primas dos grandes compositores da música clássica. Artur da Távola tinha predileção pelas Quatro Estações de Vivaldi. Faleceu em maio de 2008 aos 72 anos.
Em 16 de junho de 2007 foi inaugurado na Tijuca o “Centro da Música Carioca Artur da Távola”, dedicado à memória, criação e pesquisa da música carioca em todas as suas manifestações.