A primeira Copa Libertadores da América foi disputada em 1960 com apenas sete clubes campeões em seus países no ano anterior. O critério para a primeira fase foi em caráter eliminatório com a formação de três grupos com dois times em cada um deles, sobrando para a segunda fase, pelo sorteio, o Olímpia do Paraguai.
Nos confrontos o Peñarol do Uruguai eliminou o Jorge Wilstermann da Bolívia com vitória por 7x1 em Montevideo e empate em 1x1 em Cochabamba.
O San Lorenzo da Argentina eliminou o Bahia, campeão da Taça Brasil, venceu por 3x0 em Buenos Aires e mesmo perdendo em Salvador por 3x2 no agregado fez 5x3.
E o Millonarios da Colômbia passou pela Universidad de Chile com uma goleada por 6x0 em Bogotá e vitória por 1x0 em Santiago.
Na segunda fase Peñarol e San Lorenzo se enfrentaram e precisaram de três jogos para definir um dos finalistas. No primeiro jogo em Montevideo empate em 1x1, no segundo em Buenos Aires novo empate desta vez em 0x0. No terceiro jogo as equipes retornaram à Montevideo e o Peñarol foi para a final ao vencer por 2x1.
Na outra perna das semifinais o Olímpia empatou com o Millonarios em 0x0 no jogo em Bogotá e em Assunção o time paraguaio venceu por 5x1 e foi para a final com o Peñarol.
O primeiro jogo foi no Uruguai e o Peñarol venceu por 1x0. O segundo foi em Assunção e houve empate em 1x1. Peñarol, campeão invicto da Primeira Copa Libertadores da história.
Como tenho feito nos finais de semanas, dou uma pausa na sequência de jogos do Criciúma registrada na revista “Mais uma estrela” e falando de outros assuntos aqui no Almanaque da Bola. Hoje vou falar do campeonato da segunda divisão de Santa Catarina ou série B que foi disputado pela primeira vez em 1986. Até então havia somente a divisão principal, chamada de série A.
Até 1985 os campeonatos estaduais eram disputados na sua maioria pelos mesmos clubes com uma ou outra alteração em virtude do afastamento de alguns, ou porque fecharam o departamento de futebol ou por não terem recursos suficientes para montagem de seus elencos. Saiam e voltavam com frequência e assim os campeonatos eram disputados.
O regulamento do campeonato estadual de 1985 disputado por 13 equipes já previa o rebaixamento de três clubes para a montagem efetiva da segunda divisão. O campeão foi o Joinville e o Avaí vice-campeão.
Depois de várias fases, como era comum naquela época, Paysandu de Brusque, Juventus de Rio do Sul e Blumenau foram os times rebaixados.
Em 1986 foi formada com 11 times pela primeira vez a segunda divisão do campeonato catarinense. Além dos rebaixados de 1985 jogaram a série B em 86 o Araranguá, a Caçadorense, o São Bernardo de Canoinhas, o Flamengo de Florianópolis, o Ipiranga de Tangará, o Laguna, o Guaycurus de Concórdia e o Tiradentes de Tijucas.
Em meio ao campeonato o Juventus de Rio do Sul volta ser chamado de Rio do Sul e ao término encerrou suas atividades.
O campeão da segunda divisão em 1986 foi o Paysandu de Brusque que pelo título retornou à série A em 1987.
Depois de dois jogos fora de casa com quatro pontos na bagagem o Criciúma retornou à cidade para fazer mais uma vítima no seu sétimo jogo no Heriberto Hülse.
O Remo de Belém do Pará, velho conhecido da Copa do Brasil de 1991 não resistiu a avalanche do Tigre em seus domínios e a revista “Mais uma estrela” registrou desta forma outra vitória do Criciúma na Série B de 2002:
“Na volta de Campos, o lateral Alonso ficou no Rio de Janeiro, emprestado ao Fluminense. O Criciúma já havia contratado Luciano Almeida que fez sua estreia contra o Remo. O técnico Edson Gaúcho, de volta ao banco de reservas, testava nova formação de ataque com Delmer e Dejair que, se não vinha correspondendo na meia, poderia dar maior contribuição jogando liberado de marcação e mais perto do gol pelo seu potencial de conclusão. Acabou fazendo o gol da vitória ainda no primeiro tempo e quebrando o jejum no campeonato.
O Remo foi um time que mostrou velocidade no meio campo e um ataque também rápido que não guardava posição. Exigiu muito do Criciúma. Na classificação o Criciúma subiu junto com o Fortaleza para 26 pontos e o Avaí perdeu, mas continuava líder com 27. O Criciúma caminhava rapidamente para conquistar a classificação antecipada, o primeiro grande objetivo da competição.
Edson Gaúcho mandou à campo Fabiano, Paulo César Baier, Cametá, Luciano, Luciano Almeida; Edinho, Cléber Orleans, Paulo César (Cléber Gaúcho), Juca (Carlos Henrique), Delmer, Dejair (Douglas).
Os gols do Criciúma na vitória por 2x1 foram marcados por Paulo César Baier cobrando pênalti e Dejair. A arbitragem foi do paranaense Evandro Roman.
A informação da página 30: “A primeira estrela do Criciúma EC veio com a conquista da Copa do Brasil em 1991. O título foi conquistado de forma invicta depois de 06 vitórias e 04 empates. Marcou 14 gols e sofreu apenas 03.”
Saindo do interior do Ceará, antes de voltar para casa o Criciúma fez uma parada no Estado do Rio de Janeiro para jogar a décima-primeira rodada do campeonato brasileiro da série B de 2002, sua quinta partida longe de casa.
A revista “Mais uma estrela” registrou o jogo contra o Americano desta forma: “E a maratona continuava. Outras quatro horas de ônibus de Sobral a Fortaleza com destino ao Rio de Janeiro. Mais quatro horas até Campos dos Goytacazes e o campeonato não dava nenhuma folga.
Voltavam os suspensos em Sobral e ficava fora o Juca pelo terceiro cartão amarelo. Até então o time registrava apenas desfalques pelos cartões. Mesmo com a sequência desumana de jogos e viagens, nenhum jogador ficou fora por problemas físicos, o que comprova a excelência da preparação física comandada pelo professor Álvaro Andreis.
O jogo foi em câmera lenta, com o Criciúma não encontrando o caminho do gol. O Americano era outro que lutava para não cair e dependia apenas de seu ala esquerdo Rondinelli, o artilheiro do time, que tem chute poderoso, mas totalmente descalibrado neste jogo.
O empate levou o Criciúma para a terceira colocação, empatado com o Fortaleza com 23 pontos. O Avaí foi a 27 e disparou na liderança.”
Num jogo de 0x0 o Criciúma jogou com Fabiano, Paulo César Baier, Cametá, Luciano, Alonso; Edinho, Cléber Gaúcho, Paulo César, Douglas (Dejair); Delmer, Tico (Carlos Henrique). A arbitragem foi do capixaba Antônio Buaiz Filho.
No rodapé da página 29 está escrito: “Nas 07 Copas do Brasil que disputou, O Criciúma EC marcou 56 gols e sofreu 35.”
Por João Nassif
05/08/2020 - 09:31 Atualizado em 05/08/2020 - 10:08
Depois de duas derrotas e um empate fora de casa, o Criciúma viajou para cumprir dois compromissos como visitante. Seu décimo jogo na série B de 2002 foi no interior do Ceará e a revista “Mais uma estrela” que editei logo após o campeonato registrou a partida desta forma:
“Pela última vez no campeonato o Criciúma decolou do aeroporto Diomício Freitas para uma viagem desgastante até o sertão cearense. Quatro horas de ônibus de Fortaleza a Sobral foram um teste para a capacidade física do time. O jogo entra para a história do campeonato pois foi lá, no interior do Ceará que o Criciúma conquistou sua primeira vitória fora de casa, com o técnico na arquibancada.
E como não poderia deixar de ser, foi uma vitória sofrida, que chegou aos 43 minutos do segundo tempo com um gol de Juca.
De novo num gramado ruim o time teve dificuldade para impor seu estilo técnico de toque de bola contra um adversário que rapidamente se encaminhava para o rebaixamento.
Edson Gaúcho ainda buscava o time ideal, usando todos os jogadores, à exceção dos que estavam suspensos. Vários reservas puderam atuar, alguns suprindo com qualidade a ausência dos titulares.
O Criciúma terminou a décima rodada ainda na quarta posição, a dois pontos do primeiro, agora o Avaí.
O Criciúma jogou contra o Guarany com Fabiano, Róbson, Cametá, Luciano, Alonso; Edinho, Cléber Orleans, Paulo César (Turato), Juca; Delmer (Carlos Henrique), Tico (Dejair).
A arbitragem foi de José Steisel de Araújo do Piauí.
Na página 28 a informação: “O primeiro jogo do Criciúma EC por uma Copa do Brasil foi no dia 27 de junho de 1990, no Beira Rio, contra o Internacional. Perdeu por 1x0, mas no dia 04 de julho deu o troco, venceu por 2x0 e desclassificou os gaúchos.”
Por João Nassif
04/08/2020 - 09:47 Atualizado em 04/08/2020 - 11:04
Seguindo com a reprodução da revista “Mais uma estrela” que registrou a campanha do Criciúma na conquista da série B de 2002, chegamos hoje ao jogo de número 09.
Esta partida contra o Ceará está na página 27 e confirmou a invencibilidade do time no Heriberto Hülse depois de seis jogos com 100 por cento de aproveitamento.
O texto dizia o seguinte: “Um time tem que ter a capacidade de usar em benefício próprio qualquer tabela de qualquer competição. O Criciúma teve esta capacidade. Mesmo que o torcedor ainda estivesse ausente do Heriberto Hülse, o time ia acumulando vitórias que lhe trariam pontos importantes para chegar à classificação. Na nona rodada, fazia seu sexto jogo em casa.
Mais uma vez o resultado foi conquistado com muito esforço e no final do jogo. O Ceará exigiu muito, foi um time valente que só se entregou aos 48 do segundo tempo com o gol do Cametá.
Três jogadores receberam o terceiro cartão amarelo, Paulo César Baier, Douglas e Cléber Gaúcho que desfalcariam o time para o jogo em Sobral. De novo o retorno para a quarta posição na tabela, ainda a três pontos do Sport e a dois dos segundos colocados, Fortaleza e Avaí.”
O Criciúma jogou com Fabiano, Paulo César Baier, Cametá, Luciano, Alonso; Edinho (Carlos Henrique), Paulo César, Juca (Cléber Gaúcho), Dejair (Douglas); Delmer, Tico.
Os gols foram marcados por Tico, Douglas e Cametá. A arbitragem foi do gaúcho César Pastro.
No rodapé da página a informação: Além de Edinho que levou dois cartões vermelhos, o Criciúma teve mais seis jogadores expulsos no campeonato brasileiro: Cametá, Cléber Gaúcho, Delmir, Juca, Paulo César e Paulo César Baier.
Voltando à retrospectiva da campanha do Criciúma na conquista da série B de 2002, hoje o assunto é o oitavo jogo novamente no Heriberto Hülse que está destacado na página 22 da revista “Mais uma estrela” que editei logo após o término do campeonato.
Diz o texto: “O técnico Edson Gaúcho foi suspenso por 20 dias pela expulsão no jogo de estreia do campeonato e iria ficar fora do banco de reservas pelos próximos seis jogos começando contra o Mogi Mirim. Nos jogos em casa, seu substituto seria o auxiliar José Luiz Dias e, nas partidas fora, o supervisor Antônio Benatti, o Raquete.
Este jogo marcou a estreia de Tico com a camisa do Criciúma. O jogador veio credenciado por ter sido o artilheiro na série A-2 em São Paulo, jogando pela Francana, e provou sua condição, marcando o gol na quinta vitória do time jogando em casa. A partida foi difícil e o gol salvador veio somente aos 35 do segundo tempo.
Felizmente o goleiro Fabiano ia se tornando um dos principais jogadores do time. Ninguém sentia a saída de Roberto que foi um dos símbolos do Criciúma. Os dois, criados no HH, provaram que existe uma fábrica de goleiros na cidade.
O Criciúma retornava à quarta posição na classificação, ainda a três pontos do líder”.
Na vitória sobre o Mogi Mirim o Criciúma jogou com Fabiano, Paulo César Baier, Cametá, Luciano, Alonso; Cléber Orleans (Cléber Gaúcho), Paulo César, Juca, Douglas (Tico); Carlos Henrique (Dejair), Delmer. A arbitragem foi do gaúcho Vinícius Costa da Costa.
Na página 22 uma mensagem da comissão técnica que dizia: “Uma equipe precisa criar mentalidade de CAMPEÃO, transformando discurso e m realização.”
Por João Nassif
02/08/2020 - 22:58 Atualizado em 03/08/2020 - 07:07
Thiago Ávila *
Quando falamos de vitória ‘na raça’ na Formula 1, muitos brasileiros vão lembrar de Senna no GP do Brasil em 1991, que venceu a corrida apenas com a sexta marcha nas últimas três voltas. E foi esse assunto que movimentou as redes sociais nesse final de semana, isso tudo por causa de um outro feito tão complicado quanto esse.
Em seu GP de casa, em Silverstone, Lewis Hamilton liderou de ponta a ponta, segurando muito bem um Valtteri Bottas que andava praticamente no mesmo ritmo, sempre se mantendo na casa de um ou dois segundos atrás. Verstappen, o terceiro, vinha a 10 segundos de Bottas e parecia estar fora da briga pela vitória.
Praticamente todos os pilotos pararam para trocar pneus na volta 13, logo depois de um Safety Car causado por Daniil Kvyat, e do jeito que as coisas se encaminhavam, apenas uma parada era o ideal para completar a prova.
Mas pelo jeito não para todo mundo. Lance Stroll, que tinha um carro rápido nos treinos, não conseguia manter o mesmo ritmo na corrida, tanto que ao chegar nas últimas voltas, já havia perdido cinco posições desde a largada. Raikkonen, que já estava mais atrás, o pneu deteriorado o fez perder o controle do carro e acabar danificando um pedaço da asa dianteira.
Bottas também já se apresentava com bolhas no pneu dianteiro esquerda e começou a perder distância para Hamilton, e a três voltas do fim começou o festival de estouros de pneus.
O finlandês foi a primeira vítima, e num lugar péssimo! Na 3ª curva ele passa reto por conta do estouro do pneu desgastado é obrigado a fazer o restante da volta inteira com apenas três pneus até chegar nos boxes para trocar.
Em seguida foi Carlos Sainz, que sofreu do mesmo veneno quando estava na quarta colocação. Verstappen, aproveitando os problemas faz uma parada para colocar um pneu mais macio para tentar fazer a volta mais rápida. E talvez sua estratégia não tenha sido a melhor...
Como Silverstone tem um histórico de nada estar definido até a última volta, bom, Lewis também foi vítima. A roda dianteira direita do inglês estourou a OITO CURVAS DO FIM!
Verstappen vinha atrás dele a 32 segundos e precisava tirar uma vantagem abissal para vencer. Como Senna, que tinha uma margem de 40 segundos para Patrese a três voltas do fim, o inglês tinha ainda menos e sem um PNEU!
Hamilton foi mestre para controlar as curvas na última volta e ainda conseguiu bater o holandês com cinco segundos de vantagem. Talvez se Max não tivesse parado, teria vencido com folga, mas quem disse que seus pneus iriam terminar inteiros?
Essa é a terceira vitória do hexacampeão no campeonato que, com a pontuação zerada de Bottas nessa corrida, abre 30 pontos de vantagem sobre o finlandês. O heptacampeonato agora está praticamente definido para o britânico, mesmo ainda faltando pelo menos nove corridas para acabar.
O campeonato catarinense de 2006 começou no dia 11 de janeiro e terminou no dia 09 de abril. Tiro curto para que a Federação iniciasse outra competição chamada de Divisão Especial, uma espécie de Segunda Divisão com 12 clubes sem a participação de Figueirense e Avaí que disputaram as séries A e B do campeonato brasileiro.
Pelo regulamento da Divisão Especial que começou no dia 15 de abril os 12 clubes jogaram entre si em turno único com a classificação dos quatro primeiros para a disputa das semifinais.
A campanha do Criciúma na fase de classificação foi espetacular. Venceu na sequência 10 jogos e sofreu sua única derrota no último jogo quando perdeu por 2x1 para o Joinville fora de casa.
Terminou a primeira fase disparado na liderança com 10 vitórias e apenas uma derrota nos 11 jogos que realizou. Marcou 25 gols e sofreu apenas nove.
Depois desta campanha de luxo, no primeiro confronto direto pela semifinal o Criciúma foi eliminado pelo Marcílio Dias. Empatou em 2x2 o jogo de ida em Itajaí e foi derrotado em casa na volta por 3x1.
Só registrando que na fase de classificação o Criciúma goleou o time de Itajaí por 5x1 no Heriberto Hülse. Na outra semifinal o Joinville passou pela Chapecoense e na decisão derrotou o Marcílio Dias tornando-se campeão do Campeonato Catarinense da Divisão Especial.
Vou dar uma pausa na sequencia de jogos do Criciúma na série B de 2002 em que estou reproduzindo a revista “Mais uma estrela” que editei logo após o término do campeonato. Segunda-feira voltarei ao assunto.
Vamos ao Almanaque da Bola de hoje.
Fui contratado pela Rádio Gaúcha em abril de 1978 e logo no segundo ano na emissora tive minha primeira experiência numa cobertura internacional como comentarista de futebol.
No dia 24 de outubro de 1979 a seleção brasileira jogou no Paraguai pela Copa América e foi derrotada por 2x1. O jogo valia pelas semifinais e o Brasil havia ultrapassado a primeira fase do torneio eliminando a Argentina e a Bolívia.
O formato da Copa América era diferente do atual, as seleções eram divididas em três grupos com o primeiro colocado classificado para as semifinais. O Peru campeão da Copa anterior estava automaticamente classificado para estas semifinais. A derrota em Assunção, somada com o empate no Rio de Janeiro tirou o Brasil da final. O Chile que venceu o Paraguai em Santiago por 1x0 no primeiro jogo e empatou em Assunção sagrou-se campeão da Copa América de 1979.
Fiz um rápido retrospecto da competição que foi como já disse foi minha estreia numa cobertura internacional.
Imaginem a adrenalina, saído a pouco mais de um ano de Jacareí, falando numa rádio de pequeno alcance e de repente instalado numa cabine dos Defensores Del Chaco empunhando o microfone de uma das maiores rádios do país!
E mais, viajando junto aos maiores nomes do rádio brasileiro, monstros sagrados como Jorge Cury, Valdir Amaral, Luiz Mendes, Osmar Santos, Fiori Giglioti e tantos outros que foram ouvidos por milhões de pessoas esparramadas por todo Brasil.
As 19 horas farei uma LIVE com o Polidoro Jr. de Florianópolis e com o Rodrigo Santos de Brusque para debatermos a fase final do campeonato catarinense.
A LIVE será transmitida pelo meu Facebook e todos poderão acessar e interagir conosco. Aguardo vocês. Obrigado
O campeonato brasileiro da série B ia avançando e o Criciúma continuava próximo da primeira posição, lembrando que o regulamento previa a classificação de oito dos 26 times que disputavam a competição.
Na rodada de número 07 a revista “Mais uma estrela” registrava da seguinte forma o primeiro ponto conquistado no terceiro jogo realizado fora de casa, jogo no interior de São Paulo:
“Foi somente no terceiro jogo que o Criciúma conseguiu seu primeiro ponto fora de casa. O XV de Piracicaba mostrou um futebol frágil, teve um jogador expulso no início do segundo tempo, mas o Criciúma sentiu o gramado ruim e não apresentou um bom futebol.
Alonso cumpriu suspensão automática e Jerson entrou em seu lugar. Não deu certo, tanto que o técnico tentou Dejair na lateral na segunda etapa. Também não deu resultado.
Edson Gaúcho tentava soluções para o ataque, jogando com Delmer e Carlos Henrique e neste jogo incluiu Anderson Lobão no lugar de Douglas. Mesmo com três atacantes e um jogador a mais, não conseguiu sair do zero.
Com um time confuso, o empate acabou sendo bom e ainda permanecia a expectativa da primeira vitória na casa do adversário. Na classificação o Criciúma caiu para sexto, a três pontos do líder, ainda o Sport.”
A escalação do Criciúma: Fabiano, Paulo César Baier, Cametá, Luciano, Jerson (Dejair); Cléber Orleans (Edinho), Paulo César, Juca, Douglas (Anderson Lobão); Carlos Henrique e Delmer. Arbitragem do carioca William Marcelo Néri.
A informação no rodapé da página: “No dia 12 de outubro de 1986 o Criciúma EC jogou pela primeira vez fora de casa contra um time grande do futebol brasileiro por uma competição oficial. O jogo, válido pela primeira divisão nacional foi contra o Corinthians, no Pacaembu, e terminou empatado em 1x1.”
A diferença entre Criciúma e Marcílio Dias começa e termina pelo DNA de ambos. Historicamente fizeram grandes confrontos e desde que o Criciúma se tornou grande em Santa Catarina tem mostrado que é muito superior quando disputam jogos decisivos.
Podem procurar na história e certamente não encontrarão muitas desclassificações do Criciúma. Inclusive o histórico do confronto mostra que o Criciúma tem mais que o dobro de vitórias sobre o Marcílio Dias, 67 contra 32, além dos 44 empates.
A disputa decisiva nas quartas de final deste campeonato escancara a diferença dos DNA’s. O Marcílio Dias fez uma primeira fase melhor, por isso foi o quarto colocado contra o Criciúma que ficou em quinto. No jogo da primeira fase houve empate em 1x1 no Heriberto Hülse. Foram para as quartas de final depois de quase quatro meses de paralisação e novamente em Criciúma os times empataram em 0x0, inclusive com um gol do Marcílio anulado irregularmente.
E finalmente a decisão para o vencedor alcançar as semifinais do catarinense-2020. Quase duas semanas após o primeiro jogo o time de Itajaí derreteu. Sem criação, com imensos erros individuais, inclusive um deles ofereceu o gol da vitória ao Criciúma.
É aquela história, podem contestar, mas com todo respeito ao Marcílio Dias, a diferença entre história e camisa é muito grande. Depois de ter feito um bom jogo na primeira partida na hora de ganhar a vaga o time sucumbiu, jogando até um pênalti para fora.
uma decisão que prenunciava um equilibrada o DNA mais forte fez a diferença e colocou o Criciúma na semifinal.
O campeonato brasileiro da série B de 2002 ia seguindo com suas rodadas e o Criciúma que havia sido derrotado nas duas primeiras partidas fora de casa mantinha os 100 por cento dentro de casa.
E na sexta rodada contra o União São João o time comandado pelo Edson Gaúcho buscou nova vitória que a revista “Mais uma estrela” classificou como vitória de luxo com o seguinte texto:
“Até então, foi o melhor jogo do Criciúma no campeonato. Marcou dois gols no início e não deu qualquer chance aos paulistas. O time começou a ser definido com o volante Paulo César na segunda função e dois homens de criação no meio campo.
Este esquema iria prevalecer para toda competição mudando apenas os jogadores pelas circunstancias de contusão ou cartões. Delmer voltou a marcar depois de dois jogos e com Carlos Henrique formava o ataque titular.
Era o quarto jogo com vitória no Heriberto Hülse. Depois de seis rodadas o Criciúma estava na quarta colocação com o Avaí e a quatro pontos do líder, o Sport de Recife”. O Criciúma venceu por 3x0 e além de Delmer marcaram Paulo César Baier e Cametá com arbitragem de Alexandre Barreto do Rio Grande do Sul.
O Criciúma jogou com Fabiano, Paulo César Baier, Cametá, Luciano, Alonso; Cléber Orleans, Paulo César, Juca, Douglas (Dejair); Carlos Henrique (Cléber Gaúcho), Delmer (Anderson Lobão).
A informação da página 20 da revista foi a seguinte: “Criciúma EC participou de 07 edições da Copa do Brasil, disputando um total de 40 jogos, com 21 vitórias, 07 empates e 12 derrotas”
Santa Catarina foi representada por três equipes no campeonato brasileiro da série B de 2002. Além do Criciúma, Avaí e Joinville brigaram pelas duas vagas do acesso depois das 25 rodadas disputadas em turno único.
quinta partida da competição o Criciúma enfrentou o primeiro adversário do estado e sofreu a segunda derrota no campeonato. Na página 19 da revista “Mais uma estrela” o texto que registrou este confronto.
“Segundo jogo fora de casa e mais uma derrota. O clássico regional sempre é difícil, principalmente para um time ainda em busca da melhor formação e também pela rivalidade. O Criciúma tomou um gol de contra-ataque no final do primeiro tempo.
Na segunda etapa, com as modificações, o time cresceu e não soube aproveitar as chances de gol que foram criadas. Continuava a dúvida no setor de criação entre Juca e Dejair. Carlos Henrique, mesmo sem fazer gols continuava titular e sempre uma esperança nas jogadas de velocidade.
Apesar do técnico adotar um esquema ofensivo jogando da mesma maneira em casa ou fora, o fato de sofrer duas derrotas como visitante começava a preocupar, pois todos se lembravam dos anos anteriores, quando o Criciúma tinha enormes dificuldades em vencer fora de seus domínios. Mesmo derrotado, terminou a quinta rodada na sexta colocação.”
O árbitro foi o catarinense Paulo Henrique Godoy de Bezerra e o Criciúma teve a seguinte formação: Fabiano, Paulo César Baier, Cametá, Luciano, Alonso; Edinho, Cléber Gaúcho (Douglas), Paulo César, Juca (Dejair); Carlos Henrique (Anderson Lobão), Delmer.
No rodapé da página a informação: Os adversários do Criciúma tiveram 16 jogadores expulsos no campeonato brasileiro.
Na página 18 da revista “Mais uma estrela” que editei logo após o Criciúma ter conquistado a série B de 2002 fiz uma pequena análise do jogo do Tigre contra o Caxias, um jogo que foi complicado na reta final.
Diz o texto: “Na quarta rodada o Criciúma disputou contra o Caxias o terceiro jogo no Heriberto Hülse. E venceu mais uma vez. O gol de Juca no início deu confiança ao time que chegou a fazer três a zero, podendo inclusive ter construído uma goleada. Desta vez Delmer não marcou.
No final, com a vitória nas mãos, levou um sufoco: o Caxias com dois gols em dois minutos, só não empatou por detalhes, mas sentiu a força de um time que tem uma relação muito forte com seu estádio. Os cem por centos de aproveitamento em casa foram mantidos. O primeiro gol do Caxias foi de um rebote do pênalti defendido pelo goleiro Fabiano, a partir de então titular pela saída de Roberto, emprestado ao futebol português.
O jogo marcou a volta de Cametá ao time titular. Com mais esta vitória o Criciúma recuperou posições na tabela e terminou a rodada na terceira colocação”.
Escalação do Criciúma: Fabiano, Paulo César Baier, Luciano, Turato (Cametá), Alonso; Edinho, Cléber Gaúcho, Paulo César, Juca (Douglas); Carlos Henrique (Dejair), Delmer. Para o Criciúma além do gol do Juca, marcaram Luciano e Edinho.
O árbitro foi o paranaense Henrique França Triches.
A informação da página? O zagueiro Luciano com 30 jogos no campeonato foi o atleta que mais atuou na conquista do campeonato brasileiro. Apesar de zagueiro, levou apenas quatro cartões amarelos, sendo um forçado no jogo contra o Anapolina.
Há quatro anos, a MotoGP só viu um cara ganhar. Esse cara é Marc Márquez, um jovem de 27 anos que em sete anos na principal categoria de motocicletas, foi campeão seis vezes. O único “anti-Márquez” nessas temporadas extremamente vitoriosas e dominantes detinha o nome de Jorge Lorenzo. O espanhol faturou o título de 2015, quando sua Yamaha era superior a Honda de Marc.
Mas desde lá, Lorenzo caiu no ostracismo, tendo maus resultados na Ducati e sendo inclusive humilhado pelo próprio Márquez ano passado na Honda. O tricampeão repentinamente anunciou sua aposentadoria.
Nesse período, o hexacampeão foi encontrando novos rivais. Andrea Dovizioso, Maverick Viñales... Mas nenhum destes foram habilidosos suficientes para chegar aos pés de Márquez.
Mas se Valentino Rossi teve Lorenzo como seu ‘anti-Rossi’, sendo este também tendo Márquez como seu antídoto, o atual rei da MotoGP também pode ser batido. Estamos de olho na temporada de esperança para os que torcem contra, ou para mim, que detesto hegemonias.
Marc levou um tombo na estreia da temporada em Jerez, e fraturou o braço direito, dando espaço para o jovem Fabio Quartararo, de 21 anos, faturar duas vitórias e largar com uma vantagem de 50 pontos em relação ao atual campeão.
Poderemos estar vendo no único piloto do grid a quebrar a hegemonia de Márquez, e da mesma maneira que este chegou na MotoGP, jovem e colocando os mais experientes como meros adversários.
Em seu ano de estreia, em 2019, Quartararo foi, ao lado de Viñales, a única ameaça ao hexacampeão, sendo o segundo piloto com mais poles na temporada. Mas Márquez foi absurdo, e conquistou 18 pódios em 19 corridas (só não foram 19 em 19, porque caiu nos Estados Unidos).
Este ano poderia ser mais um ano tranquilo para o espanhol, mas o improvável virou bem possível. Além da enorme distância, a temporada deve ser curta, então não há muito tempo para se recuperar. E na fase que se encontra o francês da SRT – a equipe satélite da Yamaha – Márquez terá que, além de se recuperar da lesão, ser ainda mais imbatível que em 2019.
Acredito que até que enfim a MotoGP encontrou o ‘anti-Márquez’ que Lorenzo, Dovizioso e Viñales tentaram ser. Mas ao mesmo tempo não acredito que este é o fim da era Márquez. Pelo contrário, é o início de uma das maiores rivalidades da história da categoria, o experiente contra o promissor, o Hamilton x Verstappen da motovelocidade: Márquez x Quartararo.
Retornando à campanha do Criciúma na série B de 2002, vou continuar transcrevendo jogo a jogo o que ficou registrado na revista “Mais uma estrela” que editei logo após o término do campeonato.
A página 17 da revista fala do terceiro jogo do Criciúma na série B de 2002 que marcou a despedida do goleiro Roberto.
O texto diz o seguinte: “Sem Edinho, o capitão, suspenso pela expulsão em Belo Horizonte, o Criciúma voltou para casa para enfrentar o Náutico pela terceira rodada. A vitória pelo placar mínimo mostra a dificuldade que o time encontrou, pois ainda não tinha um time titular definido e o técnico estava fazendo alguns testes, principalmente do meio para a frente.
Carlos Henrique era titular, ele que foi uma aposta do Edson Gaúcho, que acreditou no seu potencial e fez com que o jogador praticamente reiniciasse uma nova carreira.
Mais uma vez Delmer foi o artilheiro, marcando todos os quatro gols do time até então. Com os três pontos, o Criciúma subiu para o nono lugar na classificação”.
Escalação do Criciúma: Roberto, Paulo César Baier, Luciano, Turato, Alonso; Cléber Orleans, Cléber Gaúcho, Paulo César (Anderson Lobão), Dejair (Juca); Carlos Henrique (Douglas), Delmer.
O árbitro foi o paranaense Carlos Tadeu Magno.
No rodapé da página a informação que o primeiro jogo do Criciúma EC em competições nacionais foi realizado no dia 30/09/1979 contra o Operário de Ponta Grossa no Heriberto Hülse. A partida válida pela então Taça de Prata foi vencida pelo Criciúma venceu por 4x0.
O aumento da escalada do coronavírus em Santa Catarina foi o motivo do governo estadual ter suspendido os eventos esportivos até 07 de agosto impactando diretamente na sequência do campeonato catarinense. Havia sido selado um acordo no sentido de garantir toda segurança aos envolvidos nos jogos com a confecção de um protocolo aprovado pelas autoridades sanitárias do estado.
Por isso a decisão de suspender o campeonato gerou revolta nos presidentes da Federação e da Associação de Clubes. Conversei com o Rubinho e ouvi o Battistotti no Clube da Bola da Ric Record, os dois indignados, pois sabem que dificilmente o campeonato será decidido dentro de campo, a menos que sejam usadas datas disponíveis entre os campeonatos brasileiros. E tem a questão do rebaixamento. Tubarão e Concórdia dificilmente terão jogadores após a data estipulada para a retomada dos jogos.
Por falar em Tubarão, o clube havia entrado com um pedido de liminar no TJD para que o campeonato fosse encerrado e nenhum time rebaixado. O TJD mandou jogar e proibiu a Federação de homologar o rebaixamento até a justiça dar a palavra final.
O pedido de liminar deu entrada no TJD no dia 23, quinta-feira e no mesmo dia o Tribunal deu a resposta. No dia seguinte, sexta-feira, o governo estadual emitiu o decreto que suspendeu o campeonato.
Não creio em teoria da conspiração, mas o governo tem muitos quadros tubaronenses em seu primeiro escalão, quer dizer, a cidade de Tubarão é hoje uma grande força política no estado.
O campeonato de 1994 foi dado ao Figueirense pela bobagem dos jogadores do Criciúma que venceram um jogo em Blumenau.
Explico, o Blumenau jogava pelo empate para enfrentar na final o próprio Criciúma classificado por antecipação.
Inclusive o Figueirense já havia liberado seus jogadores porque jamais imaginariam que o Criciúma fosse à Blumenau ganhar o jogo, pois nesse caso o classificado seria o Figueirense.
O Blumenau seria mais fácil para o Criciúma tornar-se outra vez bicampeão estadual.
Por forças que não se consegue controlar no futebol o Criciúma venceu o Blumenau por 2x0 e foi para a final com o Figueirense, treinado pelo Lula Pereira. E pior, o Figueirense era o mandante no segundo jogo.
E não deu outra, vitória do Figueira no Heriberto Hülse por 1x0 e outra vitória por 2x0 no Scarpelli.
Natural de Ribeirão Preto, o jornalista esportivo, comentarista e escritor João Nassif Filho trabalha há mais 50 anos com o futebol. Começou na Rádio Clube Jacareí, passou pela Rádio Gaúcha de Porto Alegre e hoje está na Rádio Som Maior FM de Criciúma. Trabalhou também na TV Gaúcha de Porto Alegre, RCE TV Criciúma e na TV Litoral Sul de Criciúma. Foi colunista do Jornal da Manhã e Jornal A Tribuna de Criciúma. Publicou o Almanaque do Criciúma (1986), o Almanaque das Copas (2013) e Fio do Bigode (2014).Conheça outros Blogs