Thiago Ávila *
O regulamento atual da Formula 1 termina no final deste ano e a partir do ano que vem, uma grande mudança nos carros será realizada, incluindo a novidade de ter um teto de gastos. Mas com a pandemia da COVID-19, tudo se atrasou: calendário, melhorias nos carros, e obviamente o no regulamento. Contudo, as regras que trariam uma nova era para a Formula 1, foi transferida 2022, só que nessa quarta-feira, as coisas deram uma pequena mudada.
Diversas equipes, como a Renault, a Haas e a Williams, não estavam nada satisfeitas com o atraso das novas mudanças, tanto que ameaçaram sair da categoria por questões financeiras. Com isso, algumas emendas foram acrescentadas e já entrarão em vigor a partir do ano que vem.
Primeiramente sobre o aspecto técnico do carro:
- Congelamento de uma grande lista de componentes entre 2020 e 2021. A lista inclui chassis, câmbio, vários componentes mecânicos e estruturas de impacto. Um sistema de token foi desenvolvido para permitir um número muito limitado de modificações, de acordo com as necessidades específicas dos concorrentes. Esse sistema existia em 2014 e 2015, mas foi abolido por causa da falta de competitividade entre as equipes, a sua volta tem mais relação com as questões financeiras. Unidades de potência não se incluem na lista, pelo fato de a McLaren ter de trocar os Renault para os Mercedes a partir do ano que vem, devido ao contrato prévio de 2019.
- Para 2020, limitações às atualizações da unidade de potência.
- Para 2021, simplificação do assoalho à frente dos pneus traseiros, a fim de moderar o aumento do downforce entre 2020 e 2021.
- Para 2021, aumento mínimo de massa para 749 kg. Será um aumento de nove kg em relação aos carros desse ano.
Já sobre o aspecto esportivo:
- Para 2020, uma redução nos testes aerodinâmicos e de unidade de potência por razões de custo.
- Para 2021, uma redução adicional nos testes aerodinâmicos e a introdução de uma ponderação entre a posição do campeonato e as limitações dos testes. A ponderação será linear nas dez primeiras posições. Para o campeão, por exemplo, o número de voltas para realizar os testes aerodinâmicos será de 90% do número ideal de voltas para testes – que é algo em torno de 40 voltas por semana –, em quanto o último colocado terá 112,5% desse valor.
- Para 2022, foram estabelecidos vários aspectos específicos dos regulamentos, incluindo toque de recolher, componentes de número restrito, fiscalização e prescrições de parque fechado. Esses regulamentos funcionam como um pacote juntamente com os Regulamentos Técnicos de 2022 que foram aprovados pelo Conselho Mundial em 30 de março de 2020 e farão parte de um processo contínuo de revisão e aprimoramento ao longo de 2020 e 2021.
Por fim, em relação ao aspecto financeiro:
- Redução do limite de teto orçamentário para US$ 145 milhões (R$ 766 milhões) em 2021, US$ 140 milhões (R$ 739 milhões) em 2022 e US$ 135 milhões (R$ 713 milhões) em 2023-2025, com base em uma temporada de 21 etapas.
Esse último aspecto fez a Renault mudar de ideia em relação à desistência da Formula 1. Já a Williams rompeu o contrato com o patrocinador máster e colocou a equipe à venda. Zak Brown, chefe da McLaren, ficou extremamente satisfeito com as novas mudanças, dizendo que é um avanço da categoria. A Haas ainda não se pronunciou.
Agora é esperar o campeonato começar. Dia 5 de julho para o GP da Áustria, com possibilidades ainda de se realizar uma rodada dupla para dia 12, e ainda diversas outras ideias de contornar os problemas do calendário, como grid invertido – que a Nascar adotou desde seu retorno às atividades.
* Jornalista