Thiago Ávila *
Stroll na Force India? Sainz na McLaren? Leclerc na Ferrari? Parem! As férias mais movimentadas dos últimos tempos se acabaram e as especulações de transferências voltam a dar lugar ao principal, a essência da F1: as corridas.
Chegamos em Spa-Francorchamps, o circuito mais extenso do calendário, com absurdos 7.004 metros de percurso, mas nada perto do traçado original de mais de 15 km. O lendário circuito belga é um dos quatro mais antigos da categoria, presente no calendário desde a primeira temporada e ausente em apenas seis ocasiões.
Um GP que geralmente vence quem tem o carro mais dominante, é que aconteceu nos últimos três anos com a Mercedes e nos anos de domínio da Red Bull. A diferença é que esse ano não há um domínio claro de apenas um time. Ano passado, por exemplo, mesmo que Vettel tenha ficado um semestre na frente, havia ainda um domínio dos flechas prateadas em tempo de classificação e era questão de tempo para Hamilton tomar a frente. Já essa temporada, vemos claramente uma Ferrari e uma Mercedes disputando posições de largada e de corrida o tempo todo.
E foi aí que Raikkonen dominou os treinos livres (como sempre) e botou os italianos como favoritos para a pole. Como tudo dá certo para o finlandês em quase todas as sessões, com exceção do mais importante, que é o Q3, Vettel parecia o nome mais próximo da volta mais rápida. Mas aí a chuva veio, e quando o tempo fecha, não tem motor ou chassis que salve, é no braço! E Hamilton, mesmo quase rodando na última curva, faz a volta mais rápida e garante a liderança do grid. Lembra do Kimi, que liderou todas as sessões? Então... acabou a gasolina.
De proprietário novo, agora com o bilionário Lawrence Stroll no comando, a Force India conseguiu fazer seu melhor desempenho da temporada, fazendo o terceiro e quarto melhores tempos.
Mas na corrida, a história é outra. Não adianta largar na ponta quando se tem um piloto como Sebastian Vettel logo atrás. Depois da largada conturbada, que tiraram Leclerc, Alonso e Hulkenberg da corrida, Hamilton e Vettel disputam lado a lado a posição na reta depois da sexta curva. O alemão toma a ponta e some na liderança, sem dar folga.
Kimi, Ricciardo e Bottas, com problemas na largada, pararam mais cedo, sendo os dois primeiros forçados a abandonar a prova. Preso atrás das Force Indias, Verstappen dá uma movimentada na entediante corrida e faz duas lindas ultrapassagens para assumir a terceira colocação.
Numa corrida de recuperação, Bottas faz uma improvável ultrapassagem na curva Eau Rouge e assume a 13ª colocação na volta 7. Depois de 27 voltas de corrida, o finlandês já aparecia em quarto, e tendo que fazer mais uma parada, volta em sexto. Há 15 voltas do fim, Valtteri via ainda as duas Force Indias a sua frente. Sem deixar o final da corrida chato, o piloto da Mercedes parte ao ataque e garante a quarta colocação.
Sebastian Vettel, com todo carinho, conduz sua Ferrari para sua quinta vitória no ano e se torna o terceiro piloto mais vitorioso da categoria, com 52 triunfos. O amargo Hamilton fica em segundo, mas mantém a liderança do campeonato com 17 pontos de vantagem.
Mas quem vibra mesmo é a Force India, que depois de ir a falência e correr o risco de ter seus mais de 400 funcionários desempregados, volta com um novo dono e ainda sendo premiado com um quinto e sexto lugares.
A F1 está de volta. E a briga Hamilton e Vettel promete ficar ainda mais interessante nas próximas semanas. Nos vemos em Monza!
* Thiago Ávila, Estudante de Jornalismo a PUCRS