Thiago Ávila *
92 vitórias. O maior vencedor da história da Fórmula 1, agora de forma isolada. É assim que saiu de Portugal, Lewis Hamilton. Foi uma típica vitória do britânico se contarmos da 20ª volta em diante, mas que ele foi buscar.
Lewis foi pole no sábado, isso é de praxe. Vai mal nos treinos livres, é pior que Bottas no Q1 e Q2, mas no Q3 faz uma volta voadora, quebra recorde de pista (se bem que dessa vez não havia recorde, pois a pista era nova) e consegue a pole.
Na largada de domingo, uma leve chuva cai. Não havia necessidade de trocar os compostos, os slicks davam conta, mas existia uma certa dificuldade para aquecer os pneus. Quem estava de macio se deu melhor que os de médio e ainda mais que os de duro, e Sainz pulou na frente! Bottas também conseguiu ultrapassar o companheiro e Norris por muito pouco não jogou o hexacampeão para quarto.
Outra característica que fez a largada ser mais maluca é a presença de Kimi Raikkonen em sexto logo na segunda volta, sendo que ele havia largado em 16º. O finlandês simplesmente voou, e se prestar atenção na onboard dele, você consegue perceber que houve de fato uma construção das ultrapassagens, ele engoliu um por um na primeira volta. Concorrente forte com Senna em Donington Park 93.
Na sexta volta, Bottas retoma a liderança, com Hamilton e Verstappen não tendo dificuldades para completar o top-3. Os pneus macios de Sainz e Norris já não tinham o mesmo rendimento do início e logo já estavam sendo ultrapassados por Leclerc e Gasly.
Na 20ª volta, Hamilton cola em Bottas, abre a asa no único ponto de ultrapassagem da pista, a reta principal, e reassume a liderança. Dali administrou a corrida à lá... ele mesmo, e abriu uma absurda margem de 25 SEGUNDOS SOBRE BOTTAS.
A corrida que estava sensacional nas primeiras seis voltas, havia morrido completamente antes ainda de se completar um terço.
O que salvou, como sempre, é o pelotão do meio. Pérez, que havia sofrido um toque com Verstappen na largada, caiu para último e foi escalando o grid até chegar em quinto! Fez uma segunda parada, colocando os macios, que já não tinha tanto rendimento, e acabou perdendo um pouco no final, terminando em sétimo. Mesmo assim, o público o considerou merecidamente o piloto do dia.
Com 77 pontos de vantagem, curiosamente Hamilton ainda não é heptacampeão mundial. Há cinco corridas do fim, Lewis precisaria aumentar sua diferença para mais de 100 pontos para garantir o título com quatro rodadas de antecedência, o que acho que não está nos planos do piloto.
Enfim, Ímola nos espera, veremos o que o britânico irá aprontar. Vitória 93? Provável.
* Jornalista