Os jogadores do Metropol não podiam dormir. Hospedados em Itajaí para decidir o campeonato estadual de 1960 no dia seguinte passaram a noite atormentados pelos rojões, foguetes e fogos de artifícios disparados pela torcida do Marcílio Dias. O zagueiro Flázio lembra do episódio e afirma que foi infernal.
Mais infernal foi o Metropol na tarde de domingo. O zagueiro conta que depois do segundo gol marcado por Nilzo, “os jogadores do Marcílio comiam a grama de tanta raiva. Ajoelhavam no gramado, socavam a terra e comiam a grama”.
O Metropol venceu por 2x0 e conquistou o primeiro título estadual pela Região Carbonífera. Em 33 anos de história do campeonato catarinense era a primeira vez que um time de Criciúma se sagrava campeão.
Foi o primeiro título de muitos que ficaram na região. Depois de 1960 o Metropol ainda venceu o tricampeonato em 1961 e 1962, depois em 1967 e 1969, sem contar o Comerciário que foi campeão em 1968. Seis campeonatos em 10 anos para uma cidade que em mais de 30 anos tinha importância apenas regional.
Mas, o Metropol projetou não somente Criciúma como todo o estado. Tornou-se o maior time de Santa Catarina, campeão Sul-Brasileiro e o primeiro clube do Estado a excursionar pela Europa.
Tudo durante os 10 anos em que foi mantido pelo Grupo Diomício Freitas-Santos Guglielmi.
Este texto do David Coimbra foi tirado da revista O Futebol da Região Mineira que editei em 1988.