Em 2002 a série B do campeonato brasileiro ainda não era no formato atual, estava inchada com 26 times que lutavam por apenas duas vagas, pois a CBF já estava começando a enxugar a competição para chegar nos 20 times em 2006.
O Criciúma não tinha em seu projeto o acesso em 2002, havia feito um péssimo campeonato catarinense e houve uma reformulação no plantel e na comissão técnica, sendo chamado para técnico Edson Gaúcho, até então desconhecido para a maioria dos torcedores.
Como o futebol é imprevisível, a medida em que o campeonato foi sendo disputado o Criciúma foi acumulando pontos, principalmente dentro de casa onde se tornou imbatível caminhando rapidamente para a classificação.
O regulamento mandava cada time fazer 25 jogos jogando todos contra todos em apenas um turno. O Criciúma jogou 13 partidas fora de casa e 12 no Heriberto Hülse, sendo a última contra o Anapolina quando já estava classificado e em primeiro no somatório geral de pontos.
Depois do jogo contra o time de Goiás o Criciúma faria a última partida da primeira fase contra o Santa Cruz em Recife.
Uma questão que mexia com a cabeça da comissão técnica dizia respeito aos cartões amarelos, pois vários jogadores estavam pendurados e a fase final está se aproximando.
O time que foi a campo era misto com muitos reservas e alguns titulares que receberam ordem para forçar o cartão amarelo. Não foi difícil, o goleiro Fabiano fez cera no início e foi amarelado. Depois foi a vez do zagueiro Luciano.
A cada cartão amarelo a torcida vibrava como se fosse gol. O outro zagueiro titular Cametá estava machucado, mas entrou no final, implorou e levou o terceiro cartão.
Faltava o Paulo César, jogador fundamental no esquema do time. O PC suplicou tanto pelo cartão amarelo que acabou levando o vermelho para desespero de todos no estádio.
Mas, nada comprometeu a caminhada do time que empatou com a Anapolina e manteve a invencibilidade em casa, invencibilidade que levou no mata-mata o time ao título e a sua segunda estrela no escudo.