Não tenho conhecimento de que outro clube, a não ser o Criciúma, ter firmado contrato de parceria no futebol com uma empresa e entregue ao dono da empresa a chave do clube. O modelo adotado foi implantado com Antenor Angeloni que merecia esta prerrogativa em razão do seu histórico no comando do clube.
Quando por razoes que não vêm mais ao caso o Angeloni resolveu sair, foi feita uma triangular entre o Criciúma, Antenor Angeloni e Jaime Dal Farra, um simples torcedor, para que o contrato fosse mantido da forma como foi concebido e teve o aval do Conselho Deliberativo do clube. Quer dizer, o dono da GA continuou presidente do clube. Foi uma ação entre amigos.
Pelo estatuto do Criciúma é obrigatório haver eleições para que uma nova diretoria do clube seja empossada. Lembro bem que a direção do Conselho Deliberativo não queria novas eleições, temendo que uma improvável chapa de oposição pudesse ser eleita, inclusive houve suspeita de rasura no estatuto e as eleições foram marcadas por absoluta pressão de quem não está alinhado com a atual situação.
Ao Conselho resta apenas zelar pelo patrimônio e assim o contrato vem sendo cumprido em todos os seus artigos.
Mas, tem uma situação que novamente merece observação. Numa condição normal o presidente do clube teria por obrigação cobrar do presidente da GA explicações sobre a má gestão no futebol e a derrocada nos últimos anos que culminou com a queda para a Série C. O presidente do clube teria então que fazer uma autocobrança, pois também é o presidente da GA. Portanto, fica tudo como está.
E o Conselho? Será que a mesa diretora esqueceu que a marca Criciúma EC está sendo dilapidada? A marca não é o maior patrimônio de um clube de futebol com histórico vencedor e uma torcida fanática? É conveniente ficar calado por conivência ou por ignorância? Até quando?