Tanto o técnico interino Wilsão como o diretor de futebol João Carlos Maringá deram duas explicações sobre a derrota do Criciúma no confronto com o Bragantino: uma, a superioridade técnica do time paulista, a outra o desgaste pela proximidade do jogo contra o Londrina na sexta-feira.
Concordo com a primeira, pois foi um chocolate que há muito não era visto no Heriberto Hülse. O placar de 2x0 foi uma dadiva ao Criciúma que poderia ter sofrido uma goleada humilhante pela enorme quantidade de gols perdidos pelos atacantes do Bragantino.
A segunda justificativa foi uma espécie de desvio de foco. Não ignoro que o futebol de hoje tem que ser jogado em forte intensidade, mas ao mesmo tempo sei que para superar o desgaste de jogos e logísticas, além do descanso é necessário plantel para que haja reposição aos atletas com prejuízos na parte física.
Examinando a escalação do Criciúma na partida de segunda-feira, entre jogadores que não estavam atuando e garotos que não devem sentir a proximidade dos jogos, apenas alguns poucos poderiam mostrar dificuldades para um ritmo de jogo mais forte. Os mais veteranos e experientes como Marlon, Léo Gamalho, Wesley e Daniel Costa foram apenas figurantes e entraram em campo por absoluta falta de reposição. O plantel tem a conta certa pela falta de investimento em contratações de qualidade.
Esta retração financeira já era prevista pela falta de um projeto mais ambicioso de acesso que ficou apenas nas palavras do presidente que pensou ser possível sem um plantel qualificado.
Então, não me convence como alguns torcedores resignados que foram na história do desgaste como forma de justificar a derrota. Sem plantel não se vai a lugar algum numa competição longa como a série B.