Cada vez mais me convenço que é somente atrás de mídia pelo ineditismo a desesperada iniciativa do futebol catarinense em retornar com o campeonato em meio a segunda semana de julho em plena pandemia no país.
Querem porque querem dirigentes da Federação e da SC Clubes com aval do governo do estado e das prefeituras, serem os primeiros a retomar os jogos em todo país, certamente os holofotes estarão todos acesos para Santa Catarina.
Ouvi ontem no Som Maior Esporte o presidente da Associação de Clubes, Francisco Battistotti e pelo que disse o retorno é apenas para buscar a receita de R$ 1,5 milhões que os clubes iriam receber da televisão, placas de publicidade e patrocínio nos uniformes, lembrando que os jogos serão sem público, portanto os sócios que ainda estão pagando as mensalidades não terão acesso aos estádios.
São oito clubes que ainda estão vivos no campeonato, podemos somar a eles Tubarão e Concórdia que disputarão o descenso, portanto 10 e cada um irá receber na proporção menos de R$ 200 mil. Já perguntei aqui no blog a alguns dias e ao próprio Battistotti se valerá a pena correr o risco por tão pouco?
Ele afirmou que mesmo assim os jogos deverão acontecer.
Prolonguei a questão sobre a logística dos clubes, hospedagem, alimentação e os cuidados necessários antes dos jogos. Respondeu que tudo está dentro de um protocolo feito para o reinício do campeonato. Inclusive que a questão da hospedagem cada profissional ficaria nas viagens concentrado em um apartamento pela baixa taxa de ocupação dos hotéis nesta época de pandemia.
Os argumentos não me convenceram. Ainda continuo insistindo que tudo passa pela busca das manchetes do futebol pelo Brasil por sair na frente e os dirigentes não estão nem aí para a previsão de aumento do número de infectados em toda região Sul. Paraná e Rio Grande do Sul recuaram na flexibilização de vários segmentos e Santa Catarina não pode ser diferentes dos dois Estados limítrofes.
Adoro futebol, sou um dos mais fanáticos por este esporte, mas não sou deslumbrado como se mostram os dirigentes que vendem a ideia do zelo pela vida, mas na verdade não estão nem aí para saúde de seus funcionários.
Que o futebol só retorne quando esta pandemia for estancada.