Longe os tempos em que o Criciúma era dono de seu estádio e assustava os adversários que chegavam aterrorizados para os jogos.
Depois de sofrer durante quase uma década desde que o Comerciário retornou ao futebol em 1976, não conseguindo derrubar o Joinville em vários campeonatos estaduais e fazendo campanhas ruins nas antigas Taças de Prata, finalmente em 1986 encontrou uma forma de fazer futebol e aos poucos ir adquirindo o respeito do mundo do futebol brasileiro.
Muito a ver com alguns empresários abnegados que olhavam o clube como representante maior da cidade, por exemplo, Jorge Zanatta o maior deles que sempre presente resolvia os problemas financeiros naturais que envolvem o futebol. Sob o comando do presidente Moacir Fernandes o clube foi se fortalecendo até atingir seu patamar máximo com a conquista da Copa do Brasil até hoje lembrada em todos os cantos do país.
Entre sucesso e fracassos, mas sempre mantendo a áurea do Heriberto Hülse iluminada o clube foi alcançando conquistas que lhe deram durante vários anos o título de maior time de Santa Catarina. Até a metade da década passada quando a mudança na presidência mudou os rumos do clube que esteve à beira da insolvência.
Com a entrada novamente do Antenor Angeloni o clube foi saneado e saiu de uma série C para retornar em 2013 à elite nacional depois de uma campanha fantástica na série B no ano anterior. O título de campeão catarinense em 2013 foi o último grande momento na história do Criciúma.
Com a venda do clube para a G.A. começou a queda que foi sendo acelerada nos anos seguintes. Uma nova gestão entrou em 2015 e de lá para cá o Criciúma somente acumulou fracassos.
Depois do título estadual o Criciúma não conseguiu disputar nenhuma final do catarinense, a partir de 2015 e pior, nos últimos anos ficou lutando contra o rebaixamento. Foi apenas coadjuvante na série B do brasileiro na maior parte das rodadas namorando as últimas colocações e este ano está afundado numa crise que vai adquirindo proporções que pode resultar em tragédia.
O Criciúma perdeu a capacidade de usar o Heriberto Hülse como seu grande aliado. Lembram que o mestre Telê Santana declarou em 1992 que jogar aqui era um grande risco. Até o grande técnico, talvez o maior na história do futebol brasileiro respeitava e temia jogar em Criciúma.
O que se vê hoje em dia é qualquer time, mesmo os menores do futebol brasileiro enfrentar o Criciúma em sua casa e sem nenhum respeito e temor ganham jogos com a maior naturalidade.
A torcida arredia não se faz presente, o outrora caldeirão virou salão de festas para os adversários e a direção do clube e do próprio Conselho Deliberativo não mostram indignação colocando a gloriosa história do Criciúma na lata do lixo.