*Thiago Ávila
Depois de mais um desempenho fantástico em Marrakesh, o líder do campeonato Felix Rosenqvist foi a Santiago esse final de semana para disputar a quarta etapa da Formula E, na esperança de sair com mais um triunfo.
As Audis saíram da última etapa arrasadas. Daniel Abt, que almejava a vitória, veio ao Chile menos confiante. Lucas Di Grassi ainda tentava buscar seu primeiro ponto, mesmo sabendo que tomaria dez pontos de punição por trocar um componente do carro que é selado pela FIA.
Sebastien Buemi, Jean-Éric Vergne, Sam Bird e o próprio Di Grassi cumpriram a missão de botar seus respectivos carros no Superpole, mas a grande surpresa foi André Lotterer. O alemão, que ficara rondando as últimas posições nas três primeiras corridas, fez o melhor tempo na fase de grupos.
Vergne fez a pole, com Buemi em segundo e Lucas em terceiro. Bird errou em uma das curvas e não conseguiu marcar tempo, deixando Lotterer em quarto. Com o brasileiro tomando a punição, Nelsinho Piquet herdou a quinta posição. Mas, e Rosenqvist? O sueco foi apenas o décimo quarto, mostrando a cada corrida que essa temporada é a mais disputada.
Chega às 17 horas e é dada a largada para o EP de Santiago, bem na hora do fim das eleições para a presidência do Corinthians. Nelsinho larga muito bem e pula para segundo, Lotterer assume o terceiro lugar, com Buemi e Bird ficando para trás. Pechito López bate no muro e o Safety Car é acionado.
Nesse momento a transmissão da Fox Sports é interrompida para mostrar definição do novo presidente do clube paulista. E aqui vai minha crítica ao pessoal do jornalismo esportivo da Fox, que reclama tanto da má entrega de produto que a Globo faz com a Formula 1, mas desrespeita os fãs da Formula E quando interrompe uma transmissão para tratar de outro assunto.
A corrida retorna na volta 14, sem grandes mudanças. Di Grassi e Rosenqvist seguiam em sétimo e oitavo, respectivamente. Antes ainda das paradas, Lotterer ultrapassa Piquet e coloca as duas Techeetahs na frente.
É hora das trocas de carro, e uma novidade: é a primeira corrida que não se tem mais obrigação de ficar um tempo mínimo nos boxes. Tudo parece voltar ao normal, nenhuma mudança de posições. Olhando para a tabela de classificação, Flávio Gomes percebe a ausência de Di Grassi no pelotão da frente, até que o trio de comentaristas encontra o brasileiro na décima sexta posição. O carro deu apagão, fim de prova para as Audis mais uma vez.
Enquanto isso, duas brigas se intensificavam lá na frente: Buemi ultrapassara Piquet e Lotterer se aproximava de Vergne. Faltando menos de dez voltas para acabar, Nelsinho voltava a pressionar Sebastien e tentou uma última cartada para buscar o pódio, mas se afobou. Passou reto na curva e bateu no muro, tendo que ver Rosenqvist e Bird passarem a sua frente.
A paz dentro da Techeetah não reinava e o alemão conseguiu grudar o bico do carro na traseira do francês, parecia que Vergne estava servindo de carro reboque. O pelotão de trás cola nos três e a briga pela vitória agora chegava a cinco pilotos. O sueco pressionava o suíço e Lotterer tentava fechar a frente dos dois o quanto podia. Nelsinho já havia conseguido tirar a diferença de seis segundos e também entrava na briga.
Mas nada mudou. Os seis passaram a linha de chegada enfileirados, com dobradinha da Techeetah e decepção para Felix Rosenqvist, que perde a liderança para Jean-Éric Vergne. Agora, além do francês, do sueco e de Sam Bird, Sebastien Buemi entra na briga pelo título da temporada, que volta daqui duas semanas na Cidade do México.
*Estudante de jornalismo da PUCRS