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Fórmula 1 à moda americana

Corrida fantástica na Alemanha

Por João Nassif 29/07/2019 - 11:10

Thiago Ávila *

Quem acompanhou o GP da Alemanha em Hockenheim neste domingo pode presenciar a corrida mais movimentada desde o Azerbaijão 2017, e ouso a dizer que foi a melhor dos últimos cinco anos. Uma corrida ao estilo Nascar, em que basicamente o treino de sábado não serviu para muita coisa.

E na verdade parecia ser mais um final de semana trágico para a Ferrari. Vettel não conseguiu marcar tempo por problemas no motor e Leclerc teve problemas não revelados na última sessão de classificação e teve que largar em décimo. Desespero tremendo para a equipe de Maranello, que vinha sendo o melhor carro nos treinos livres, e ainda teve que aguentar mais uma pole de Lewis Hamilton.

Domingo chegou, e chuva intensa. Vettel tentando se redimir da tragédia do ano passado, em que, sobre pista molhada, perdeu a prova em casa que era praticamente certa. As Mercedes largaram bem e se mantiveram em P1 e P2. Verstappen, que largou em segundo, demorou demais para sair e caiu para quarto, ficando atrás até da Alfa Romeo de Raikkonen.

O espectador não podia tirar os olhos da corrida sequer um minuto. Logo na segunda volta, Perez roda sozinho e lá vem o primeiro Safety Car. Praticamente todo grid para no box e na volta, Hamilton, Bottas e Verstappen são os três primeiros. Leclerc aparece logo em seguida, Vettel já em oitavo.

Max Verstappen no GP da Alemanha

Uma briga no pelotão intermediário se criava, Vettel e Raikkonen disputam roda a roda a sétima posição. Carlos Sainz e Max Verstappen rodam, mas se mantém vivos na pista, sem danos. Charles Leclerc pula para segundo com a troca ruim de Bottas e a rodada de Max. Mas a felicidade do monegasco dura pouco quando passa reto na penúltima curva e acerta o muro, imitando a infelicidade de Vettel em 2018. Uma volta depois, sob comando do Safety Car, Hamilton erra na mesma curva, bate no muro próximo a Charles, mas consegue chegar aos boxes, passando por cima da grama.

Todos vão ao box de novo, e Verstappen toma a posição de Bottas na saída. Lewis cai para quinto e Sebastian é o nono. Os pilotos da Mercedes, atrás de Hulkenberg e Albon, conseguem retomar tranquilo o segundo e o terceiro posto. Mas aí o alemão da Renault acerta o mesmo muro que Leclerc e Hamilton, e mais uma vez o Safety Car é acionado.

Os carros param no box pela quinta vez para colocar pneus de pista seca, com exceção de Lance Stroll e Daniil Kvyat, que já haviam posto um composto macio mais cedo. Na volta, o canadense era líder, Verstappen caía para segundo e o russo fechava o top-3. Bottas vinha logo atrás, Vettel voltava em nono e Hamilton, cumprindo uma punição por cortar o caminho dos boxes, já era o 12º.

Não durou muito tempo com Stroll na liderança e o holandês voador pega a ponta. Kvyat também não tem dificuldades para passar Lance. O finlandês da Mercedes parte para cima do canadense para pegar um lugar no pódio e pega a parte molhada na curva 1. Ele roda, acerta forte no muro e quebra as duas suspensões dianteiras, além do bico. Mais uma vez o carro de segurança entra na pista.

Na relargada, Vettel é quinto e tem na sua frente Carlos Sainz, que se recuperou bem da batida, Lance Stroll e Daniil Kvyat, além claro de Verstappen, que sumia na frente. A Ferrari #5 não tem dificuldades e passa um a um nas últimas três voltas. 

A mancha laranja que invadiu o autódromo de Hockenheimring faz barulho para comemorar a segunda vitória no ano do holandês voador. Festa também é para a torcida ferrarista, que vibrou demais com o segundo lugar de Seb, se redimindo da melhor forma possível frente ao seu fiel torcedor. A Toro Rosso que curtiu demais o pódio, foi a primeira vez desde Vettel em 2008 que um piloto da escuderia não aparecia no top-3.

No fim das contas, a Mercedes, dona da casa, patrocinadora do evento, que completava 125 anos de corridas, fez o pior resultado desde o GP da Áustria no ano passado. Nem a pintura clássica dos flechas prateadas da década de 30 resolveu.

Mesmo assim, Hamilton segue tranquilo na liderança, pelo jeito não há alguém este ano que tire o hexa do britânico. Verstappen próximo de Bottas vem se tornando o cara do campeonato. E a Ferrari é esperado uma melhora, principalmente depois do excelente desempenho de Vettel.

* Estudante de Jornalismo da PUCRS

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