Entre vários perigos que corre a seleção brasileira para recuperar num futuro imediato a condição de melhor do mundo, o maior é o calendário europeu que a partir deste ano impede que o time da CBF enfrente adversários mais qualificados na preparação para a próxima Copa do Mundo.
As seleções europeias começaram este mês, aproveitando as datas FIFA, para introduzir a Liga das Nações, um torneio que envolve as 55 Federações coordenadas pela UEFA (Confederação Europeia de Futebol).
Os quatro últimos mundiais foram dominados pelos europeus e somente um sul-americano, a Argentina, esteve presente numa final. Nos outros três as decisões foram entre seleções europeias. Este fato mostra o crescimento do futebol num continente que é extremamente comprador de talentos de outras regiões do planeta que ajudam na formação de atletas nascidos em países que compõe a UEFA.
E mais, o crescimento aumenta pelo intercâmbio entre os próprios europeus com competições de alto nível, enquanto seleções de outros continentes não encontram adversários mais competitivos para preparação visando as Copas do Mundo.
A Liga das Nações limita, por exemplo, que a seleção brasileira detentora de cinco títulos mundiais possa realmente testar sua capacidade para buscar a sexta conquista. Vimos isto no último ciclo do Mundial-2018 com o Brasil soberano nas eliminatórias sul-americanas e mesmo com uma interminável série invicta no pré-Copa, sucumbiu quando enfrentou um adversário mais poderoso nas quartas de final na Rússia. Já havia sido assim nos outros três mundiais anteriores, desde 2002 quando conquistou o penta.
O futuro não deixa uma previsão mais otimista, mesmo com a seleção formada por atletas que são de ponta nas Ligas da Europa, pois uma preparação não se faz apenas com talentos, mas com confrontos que possam realmente testar a capacidade de um grupo individualmente forte, mas com extrema dificuldade coletiva.