Passados mais de 50 anos ainda persiste a dúvida se realmente o futebol provocou uma guerra entre duas nações vizinhas. Muitos depoimentos de quem participou daquele momento de tensão e violência garantem que não houve nenhuma relação com o futebol o conflito envolvendo Honduras e El Salvador.
As duas seleções estavam na fase semifinal das eliminatórias da CONCACAF para o Mundial de 1970 que classificaria apenas uma seleção, pois o México país que sediaria a Copa estava automaticamente classificado.
Os dois países vinham se desentendendo ao longo de décadas por questões políticas e uma disputa de tamanha importância certamente acirraria muito mais as autoridades que um mês depois dos jogos eliminatórios se enfrentaram no campo de batalha num confronto que durou quatro dias, de 14 a 18 de julho de 1969 em um combate que ganhou dois nomes: Guerra das 100 horas e Guerra do Futebol.
Os jogos classificatórios aconteceram um mês antes e foram necessários três para definição da seleção que iria à final e por consequência ficaria com a vaga.
No dia 08 de junho em Tegucigalpa, capital hondurenha, os donos da casa venceram por 1x0. Uma semana depois, dia 15, os salvadorenhos deram o troco em San Salvador vencendo por 3x0.
Foi necessário um terceiro jogo em campo neutro com a partida marcada para a Cidade do México. Horas antes da decisão o governo de El Salvador rompeu oficialmente relações diplomáticas com Honduras.
Dentro de campo El Salvador venceu por 3x2 e na final derrotou Haiti conseguindo classificação inédita para uma Copa do Mundo.
A semifinal entrou para a história não no campo esportivo, mas foi tratada como estopim para uma guerra que começou 17 dias depois do terceiro jogo quando as forças de El Salvador bombardearam cidades hondurenhas da fronteira até a capital Tegucigalpa.