Thiago Ávila *
Mais um final de semana recheado de emoções na F1. Se na Austrália vivenciamos a polêmica vitória de Vettel e no Bahrein, Bottas surpreendeu, a China reviveu as esperanças do mais desanimado espectador da velocidade.
Em um fim de semana que parecia tudo dar certo para Lewis Hamilton, começou ruim no sábado, vendo as duas Ferrari formarem a primeira fila e seu companheiro mais uma vez fazer o melhor tempo. Onde está o Hamilton dos últimos anos? O rei das pole positions? Nem em 2016, quando Nico Rosberg venceu as quatro primeiras provas, ele teve um desempenho tão ruim nos treinos.
E quando se esperava tanto dele na corrida, quem brilhou mesmo foi Valtteri Bottas. Na largada, o finlandês tomou a vice-liderança de Raikkonen e Verstappen ultrapassou Hamilton. No final da primeira volta Vettel liderava, seguido de Bottas, Verstappen – que também ultrapassara o finlandês da Ferrari -, Raikkonen, Hamilton e Ricciardo.
As posições se mantiveram até a hora das paradas. As Red Bull pararam mais cedo para tirar o ultramacio e botar o médio, as Mercedes vieram depois e trocaram o macio pelo médio, e em seguida foi Vettel, que fez o mesmo. O finlandês da Mercedes foi mais veloz e passou a frente do alemão. Raikkonen demorou demais para parar e acabou voltando atrás até de Ricciardo.
Parecia tudo dar certo para Valtteri, que assumia a segunda colocação no campeonato e assim a queda de rendimento de Hamilton entraria em pauta. Porém, algo que parecia irrelevante fez a corrida morna ser uma das melhores dos últimos anos. Brigando pela 17º posição, Gasly encostou na roda de seu companheiro Brendon Hartley e os dois carros viraram e destroços do carro do francês se espalharam na pista. Quem apareceu? Nosso amigo Safety Car.
Nesse momento, Bottas e Vettel já haviam passado pela entrada dos boxes, enquanto o restante do grid – tirando Raikkonen e Hamilton – pararam para botar pneus macios novos. O que é melhor do que ter pneus novos e mais veloz, estando em quinto ou sexto e colado nas traseiras dos líderes? Isso! As Red Bull se deram muito bem.
Facilmente, o holandês e o australiano ultrapassaram Raikkonen e em seguida, Max tentou ultrapassar Hamilton e, sempre muito agressivo, acaba espalhando, Ricciardo passa a frente. Ainda faltando 16 voltas para o fim, o australiano, com muito mais pneu, fez uma estratégia a lá Vettel nos EUA ano passado, e passou um por um até assumir a liderança da prova.
Verstappen tenta seguir os passos do companheiro, passa Hamilton, mas se enrosca com Vettel e o alemão leva a pior, que cai para sexto, e Raikkonen acaba ultrapassando Lewis. Os pneus de Sebastian não aguentam e vê Hulkenberg e Alonso passarem fácil por ele.
Vestappen tenta pela terceira vez passar Hamilton e dessa vez ganha a posição, mas acaba ficando atrás por ter recebido 10 segundos de penalidade.
Ricciardo abre oito segundos de vantagem sobre Bottas e leva a vitória. Uma vitória cirúrgica, foi habilidoso nas ultrapassagens e se manteve concentrado de ponta a ponta. Na entrevista pós-treino, Daniel ainda afirmou que quase largou em último e agradeceu ao trabalho da equipe que conseguiu consertar o problema de motor a tempo de fazer uma volta que salvasse seu treino.
É... Não deu Hamilton, nem Vettel, tampouco Bottas. Ricciardo foi o cara da rodada. Indiscutível!
E Verstappen, abre o olho! Se continuar desse jeito vai perder para o seu companheiro de novo.
* Estudante de jornalismo da PUCRS