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Jeff Giassi tem final de semana para esquecer

Por João Nassif 05/10/2020 - 15:01

Thiago Ávila *
 

Semana passada tivemos a penúltima etapa da Porsche Supercup de Esports, o campeonato mundial da montadora alemã de corridas virtuais, no simulador. A etapa ocorreu no histórico circuito de Le Mans, e o criciumense Jeff Giassi, o único brasileiro na disputa, participou.

No treino classificatório, conseguiu a décima posição e já na largada pulou para nono. Durante a corrida teve ótimos momentos, como uma disputa roda a roda com o australiano Joshua Rogers, que é o atual campeão. Giassi vinha em sétimo até a última curva, quando se envolveu em um incidente com o finlandês Tuomas Tähtelä, e acabou caindo para 23º.

Jeff Giassi em Le Mans

Na segunda corrida, largando da posição que terminou a primeira, logo nas primeiras voltas se envolveu em um toque com outro finlandês, dessa vez era Valtteri Alander, e acabou abandonando.

Conversei com Jeff após a corrida e ele contou melhor sobre o final de semana e também esclareceu como funciona um simulador, que não é apenas um joguinho, é tão realista que o piloto pode até quebrar a mão. Segue a entrevista abaixo.

Thiago Ávila: Pelo jeito não foi um bom final de semana...
Jeff Giassi: É, esse sábado foi uma etapa muito difícil, até consegui fazer uma classificação boa, larguei entre os dez primeiros, mas Le Mans é uma pista que muita coisa pode acontecer. Consegui ganhar algumas posições, cheguei a estar em sétimo, e um pouco antes da linha de chegada o carro da frente [Tuomas Tähtelä] acabou tendo um enrosco, infelizmente não pude para onde ir, e acabei me envolvendo nesse acidente praticamente faltando uma curva para acabar a corrida. Bastante gente ficou chateada, porque faltava só uma curva para acabar, mas faz parte, é uma situação muito cruel. Agora é erguer a cabeça porque tem a final do campeonato e não focar muito na parte de recuperar pontos, mas fazer o que é possível para tentar ganhar algumas posições.
 
 

TA: Vocês fizeram o protesto contra o Tähtela?
JG: Com certeza o protesto foi feito e já foi reportado, acredito que não foi apenas eu que reportei, imagino, até porque na segunda bateria ocorreram outros incidentes com o mesmo piloto que gerou toda essa situação. Mas eu acho que fiz a minha parte de ter denunciado a atitude antidesportiva, mas não me preocupo se vai haver alguma punição para ele ou não, porque ele está bem atrás no campeonato. Espero que atitudes como essa não se repitam no campeonato.
 
TA: Vi que você estava com a mão machucada antes da segunda corrida, o que houve?
JG: Na largada da segunda corrida, acabou tendo mais um acidente, e o volante é bem pesado, ele realmente simula os efeitos de um carro de verdade. Então da mesma forma que as pessoas na vida real sofrem acidente e machucam a mão, no simulador é a mesma coisa. Eu machuquei a mão, não foi nada grave, mas fiz a corrida com a mão doendo. Acredito que todos que correm disso já machucaram a mão, o pulso ou o dedo. Inclusive, terei que voltar a correr de luva, que protege bastante, machuca do mesmo jeito, mas evita cortes.
 
 

TA: Então o simulador é extremamente realista. Se a batida for muito violenta, o piloto pode acabar quebrando o pulso?
JG: Pode. Nunca vi alguém chegar a quebrar o pulso, mas eu já vi pessoas que quebraram o dedo, eu também uma vez quase quebrei também. É engraçado, porque querendo ou não você está atrás de uma tela de computador e mesmo assim acaba sendo ‘perigoso’, porque você pode quebrar a mão, pulso... É o risco que se corre quando você compra um equipamento que te passa muita precisão. Então ele não sabe diferenciar o que é um acidente e quando não é, ele te passa a informação igual ao um carro de verdade.
 
TA: Esse fator de precisão não pode acabar sendo prejudicial na pilotagem?
JG: Existem simuladores que não machucam, mas são mais iniciantes, e você acaba perdendo um pouco de tempo por falta de informação. Quando você está disputando um campeonato mundial, o ideal é ter sempre 100% do que está acontecendo com o carro. Está saindo de traseira, o simulador vai te passar essa informação, um pouco de frente, ele te passa também. Da mesma forma, quando você bate, ele acaba passando a informação não de um jeito tão confortável. Alguns simuladores tem botão de emergência, para caso o volante não pare, ou caso o carro capote e o volante fica batendo, e o botão serve para desligar o motor dele. Mas o risco do automobilismo real não se compara.
 
Mesmo com os resultados ruins de sábado, Giassi é nono no mundial e segue na disputa para terminar entre os dez primeiros. A última etapa da temporada acontece dia 10 de outubro, no circuito de Monza.

* Jornalista
 

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