O Cruzeiro de Belo Horizonte tem torcida, patrimônio e muita história no futebol, mas com tudo isso foi parar na segunda divisão do campeonato brasileiro.
O Criciúma tem torcida, patrimônio e história no futebol, mas com tudo isso foi parar na terceira divisão do campeonato brasileiro.
A situação dos dois clubes é conhecida por todos que acompanham o futebol e sabem que não adianta ter torcida, patrimônio e história se não tiver uma gestão competente e profissional que garanta o mínimo dos objetivos a serem alcançados.
Deixando de lado o time mineiro que não nos interessa, o Criciúma sim tem que ser analisado de maneira mais profunda. De alguns anos para cá a gestão do presidente Jaime Dal Farra tem sido catastrófica e se ainda tem conseguindo manter alguns torcedores abnegados, preservando intacto o patrimônio, está comprometendo toda história do clube.
Um dos motivos que compromete a história é justamente, por mais paradoxal que pareça, se agarrar num saudosismo que não cabe mais no futebol de hoje. As glorias alcançadas pelo plantel há 30 anos estão fazendo mal na segunda década deste século.
Os profissionais que hoje comandam o futebol do clube são os verdadeiros heróis do passado e enquanto insistirem no resgate de uma era vitoriosa terão dificuldades para colocar o clube no caminho de novas vitórias.
Os tempos são outros, lá atrás os atletas vinham contratados pelo clube e ficavam por aqui por várias temporadas, hoje vêm com prazo de validade orientados pelos empresários e não fincam raízes na cidade. Não estão nem um pouco preocupados com a história e muito menos com os heróis do passado.
Não serve como conselho, mas apenas como registro dos perigos em insistir no resgate de uma era vitoriosa que não mais será vivida. Pés no chão, nova realidade e vida que segue para tentar devolver ao Criciúma a dignidade perdida por uma gestão incompatível com os anseios de sua grande torcida.