O caos bateu às portas do Criciúma. Enquanto os protestos se resumiam às vaias durante os jogos e uma ou outra manifestação pontual no estádio e no aeroporto, tudo dentro na normalidade. Quando a repulsa extrapola para agressões físicas foge do contesto e merece reflexão.
A torcida do Criciúma, historicamente é pacifica e mesmo nos momentos de maior aflição sempre teve um comportamento racional. Uma ou outra exceção não teve respaldo dos segmentos que se envolvem com o time. Por isso a agressão de ontem ao atacante Zé Carlos no estacionamento do estádio precisa ser bem avaliada pelos órgãos de segurança, ou foi novamente pontual ou indica uma tendência que pode se alastrar pelos próximos jogos. Os torcedores de centros menores adoram imitar o que fazem as organizadas em praças maiores.
Saindo dos protestos e vindo para o gramado a crise continua a mesma. Crise técnica, de qualidade que impede o time brigar por melhores posições e não ficar chafurdando na zona do rebaixamento.
Entra técnico, sai técnico, entra diretor de futebol, sai diretor de futebol, saem jogadores e são chamados de volta para completar plantel devido a falta de recursos para aumentar a qualidade, enfim o Criciúma não tem um planejamento profissional e vive amargurado num amadorismo que pode ser fatal.
O que tem hoje no comando, mas sem recursos, são Nei Pandolfo e Mazola Júnior, duas vítimas que se agarraram na chance de trabalhar num clube do porte do Criciúma e vivem, creio eu, numa frustração pela impotência em trabalhar num nível tão pequeno.
O ponto conquistado contra o Juventude, o primeiro em 18 disputados remete o time com toda força para o caos definitivo de um rebaixamento. Só uma guinada extraordinária irá mudar este roteiro fatídico.
E de nada adianta: “Volta Antenor” e “Fora Dal Farra”.