Apesar de ter se consolidado como o esporte preferido dos brasileiros já na década de 1920, o futebol não foi visto com bons olhos durante sua popularização pelo país. As mais pesadas críticas vieram de setores da elite intelectual.
O escritor Graciliano Ramos escreveu em sua crônica "Traças a Esmo" que o futebol era a prova da superioridade europeia sobre o brasileiro, afirmando que sua popularidade seria apenas passageira pelo frágil biotipo dos que habitavam o Brasil. Graciliano Ramos terminava a crônica de forma irônica:
“ Os verdadeiros esportes regionais estão aí abandonados: o porrete, o cachação, a queda de braço, a corrida a pé, tão útil a um cidadão que se dedica ao arriscado ofício de furtar galinhas, a pega de bois, o calto, a cavalhada, e o melhor de tudo, o cambapé, a rasteira. A rasteira! Esse sim é o esporte nacional por excelência! ”
As críticas mais contundentes, contudo, partiram do escritor Lima Barreto. Barreto via no futebol um fator de dissensão, e nos clubes, agremiações comandadas por descendentes dos senhores de escravos.
Em seu artigo "Como Resposta, Careta", na publicação "Marginalia", o escritor afirma ser o futebol "primado da ignorância e da imbecialidade". Por tais opiniões Lima Barreto chegou a criar a ""Liga Contra o Foot-ball", no qual tentava a proibição do esporte no país usando como justificativa supostos malefícios da prática do mesmo, como brigas e mortes.
Apesar de nunca ter sido proibido no Brasil, chegaram a ser discutidas limitações para o exercício do futebol. Em 1916, a Academia Nacional de Medicina estudou a hipótese da proibição do jogo para menores de 18 anos. Em 1919 a prática foi vetada no Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro.