Thiago Ávila *
Fernando Alonso é um dos pilotos mais habilidosos da história do automobilismo. Seus dois títulos da F1, sua passagem vitoriosa pelo WEC, os bons desempenhos na Indy, IMSA e agora no Rally Dakar só mostram como o espanhol, mesmo com 38 anos ainda é um dos melhores em atividade.
Mas o que fará Dom Fernando daqui para frente? 2021 está aí, como explicado no texto anterior, teremos grandes mudanças na Formula 1, e Alonso tem interesse em voltar a categoria. O problema é: onde? Atualmente Fernando não tem vínculo com nenhuma equipe, nem sequer a McLaren, onde até o início deste ano era embaixador. Além disso, dificilmente uma equipe de ponta abriria as portas para o espanhol depois de conhecer seu histórico de personalidade.
Na Mercedes, por exemplo, se conseguirem renovar com Hamilton, o que parece provável, não há porque Toto Wolff trazer Fernando para a equipe. Mesmo que queiram formar um time dos sonhos, não vejo Alonso sendo essa figura. A Mercedes sabe que Fernando quer ser o número 1, e nesse caso isso não vai acontecer.
Já na Ferrari e na Red Bull, isso também não deve acontecer, já que os futuros dessas equipes estão nas mãos de Leclerc e Verstappen, que renovaram contrato com suas respectivas equipes até 2024. Essas equipes sabem que a chave para um longo sucesso está nesses jovens, não em Alonso.
No final de contas, a única equipe competitiva que deve sobrar é a Renault, já que todo ano muda sua dupla. Os franceses talvez sejam os únicos a sentirem um carinho pelo espanhol, já que foi lá onde ganhou seus dois títulos.
Alonso também deve disputar as 500 Milhas de Indianápolis este ano, porém há outro dilema que envolve seu carro. Esta semana, a Honda, fornecedora de motores da equipe Andretti, vetou a participação do piloto em carros clientes. Sem poder correr também na McLaren, restaram pouquíssimas opções para Fernando poder disputar o evento que acontece em 24 de maio.
A rixa Alonso x Honda vem acontecendo desde a época da parceria McLaren-Honda, quando o espanhol, em pleno GP do Japão de 2016, afirmou tem um “motor de GP2”. Além desse episódio, também pesa todas as outras entrevistas que Alonso deu falando horrores da unidade de potência; e também o fato de hoje estar vinculado a Toyota, concorrente da Honda no Japão, na qual disputou o WEC e o Rally Dakar.
Sem Indy e F1, a agenda de Alonso deve ficar quase vazia para os próximos anos.
*Jornalista