As Eliminatórias da Copa de 2022 viveram uma partida histórica há pouco mais de um mês. Pela primeira vez, Coreia do Norte e Coreia do Sul disputaram um jogo oficial em Pyongyang.
Como era de se prever, o duelo na capital norte-coreana foi cercado de cautela e tensões, diante da tênue trégua que existe entre os países – ainda tecnicamente em guerra, já que não existe um tratado de paz desde o armistício em 1953. E o clássico inédito também seria cercado de melancolia.
O governo norte-coreano proibiu a entrada de torcedores e jornalistas sul-coreanos. A partida não teve transmissão ao vivo. Pior, sequer a torcida local ganhou permissão para entrar. Ao final, praticamente ninguém viu o empate por 0 a 0, no vazio Estádio Kim Il-sung.
Coreia do Norte e Coreia do Sul haviam se enfrentado apenas uma vez em Pyongyang, mas em caráter amistoso. A chamada “Partida da Reunificação” recebeu 150 mil torcedores no Estádio Rungrado 1° de maio em outubro de 1990 e contou com a vitória norte-coreana por 2 a 1, a única do país na história do confronto.
Duas semanas depois, aconteceu o reencontro no Estádio Olímpico de Seul, com vitória da Coreia do Sul por 1 a 0, diante de 70 mil espectadores. Naquele momento, ensaiava-se uma aproximação entre os países através dos esportes.