Existem alguns tipos de repórteres, os que trabalham com as informações da política, outros do esporte, outros do entretenimento e por aí vai.
Quero me fixar no repórter esportivo que são os que fazem o meio de campo entre os personagens do esporte e o público em geral. Existem modalidades que não mexem com a paixão das pessoas e as que tocam diretamente na paixão dos torcedores. O futebol é um destes caso e tenho muito orgulho de seguir nesta profissão.
A função do repórter é perguntar e o entrevistado responde ou não, ficando a seu critério. Tipo assim o repórter tem o dever de perguntar e o entrevistado responde se quiser. Esta é a lógica de uma entrevista no dia a dia entre dois ou mais personagens.
O que houve após o jogo de ontem no Heriberto Hülse contrariou totalmente a lógica do bom relacionamento.
O técnico Cláudio Tencati respondeu uma primeira pergunta e enfatizou o fato do Criciúma estar disputando simultaneamente duas competições e disse que mesmo assim teria que haver cuidados para que o grupo de atletas não perdessem o foco em ambas, pois afinal de contas o Criciúma tem a obrigação de terminar o catarinense com o acesso.
Imediatamente após seu discurso, pois cada resposta é uma verdadeira aula sobre o jogo, foi perguntado pelo repórter Ênio Bis da Rádio Som Maior FM sobre o baixo aproveitamento dos dois times nos últimos jogos das duas competições.
A resposta foi um xilique com o técnico dizendo que não falaria sobre o campeonato catarinense. Como afirmei, o entrevistado responde como bem entender, mas o tom do técnico é preocupante, pois beirou a falta de educação, quero ficar por aqui, aos ouvidos de milhares de torcedores.
Quero cumprimentar o repórter que elegantemente mudou a pergunta e assim seguiu a coletiva. Sempre que posso afirmo que não sou corporativista, apenas registro meu desagrado pelo destempero do técnico.
Por mais que tentasse explicar, seu time não jogou nada, apenas muita força de vontade e o empate foi resultado por ter achado um gol no final do jogo.