Falando um pouco mais de Mário Filho, jornalista e escritor, irmão do também escritor e jornalista Nelson Rodrigues, foi na literatura esportiva que Mário se tornou referência nacional.
São seis obras publicadas tendo como tema futebol e a maior delas foi “O negro no futebol brasileiro” em que Mário Filho aborda a dificuldade da inserção do negro neste esporte que durante os primeiros anos do século passado era praticado somente por brancos e mais, das famílias tradicionais do Rio de Janeiro.
Por ser um cronista dos principais jornais da então Capital Federal, o foco de sua grande obra foi abordando os negros do futebol carioca.
Mário Filho faz uma descrição minuciosa abordando jogadores em particular, até que o futebol passou a ser um esporte de alta competição e a inserção do negro em seu meio foi inevitável.
Muitos clubes resistiram, outros preferiram encerrar as atividades, mas a força dos negros acabou prevalecendo e alguns se tornaram os maiores craques do futebol brasileiro.
Numa passagem do livro, já analisando a participação dos negros na seleção brasileira e por times de outros estados que fizeram história, Mário Filho cunhou uma frase sobre o maior jogador de futebol de todos os tempos. “Dondinho era preto, preta dona Celeste, preta vovó Ambrosina, preto o tio Jorge, pretos Zoca e Maria Lúcia. Como se envergonhar da cor dos pais, da avó que lhe ensinara a rezar, do bom tio Jorge que pegava o ordenado e entregava-o à irmã para inteirar as despesas da casa, dos irmãos que tinha de proteger? A cor dele era igual. Tinha de ser preto. Se não fosse preto não seria Pelé”