Thiago Ávila *
A Nascar foi a única categoria profissional importante no mundo do automobilismo a retornar às atividades. Com ela, muitos fãs de esporte a motor que nunca foram chegados à maior categoria norte-americana, estão dando uma chance à competição.
Inclusive, na última semana dediquei todo o meu espaço “Momento do Automobilismo”, no Som Maior Esportes, para comentar sobre a Nascar. E eu acredito que muitos dos ouvintes devem ter ficado com uma pulga atrás da orelha: “O que diabos é Nascar?”
Pois bem, vamos lhe apresentar.
Nascar vem do acrônimo de National Association for Stock Car Auto Racing, resumindo: uma Stock Car americana. Dentro da Nascar, existem diversas divisões, que variam com as mudanças no carro: O da Cup Series, por exemplo, a classe principal, tem motores V8 5.8L, com 750 cavalos de potência e pode chegar a 320 km/h; Já a Xfinity, a segunda divisão, tem especificações parecidas, porém são mais lentos, chegam a 700 cavalos de potência; e por fim, a Truck Series, a terceira mais importante, são camionetes, com praticamente as mesmas especificações da Xfinity, mas são mais lentos por serem mais pesados.
A Nascar ainda tem dezenas de outras classes, quase o mesmo tanto de divisões que tem o campeonato inglês, mas que não são importantes para esse texto, porque não têm transmissão no Brasil.
Três marcas correm na Cup Series: a Ford, com o Mustang, a Chevrolet, com o Camaro, e a Toyota, com o Camry. 40 carros formam o grid, cada um com um número específico, que pertencem à equipe. O 43, por exemplo, é um número lendário da Richard Petty Motorsports, em que o próprio dono, o “The King”, foi heptacampeão.
O calendário da Cup Series tem 36 corridas, a grande maioria delas em circuitos ovais. A única que tem um traçado tradicional, com 11 curvas, é a Watkins Glen, que inclusive já pertenceu ao calendário da Formula 1.
As corridas também são extremamente mais disputadas do que em qualquer outra liga. Um piloto que bate no começo da prova ainda pode ter chances de vencer – na verdade se ele bater no final da prova, ele ainda tem chances de ganhar. Isso se deve a extensividade da prova, o sistema de bandeiras amarelas e os segmentos.
A corrida é dividida em três partes, os chamados segmentos, em que a cada um terço da prova – mais ou menos, às vezes pode ser até metade – ela é paralisada com bandeira amarela e Safety Car, para juntar o grid e os pilotos fazerem paradas. Além disso, todo caso de acidente com bandeira amarela – o que é muito comum – entra o carro de segurança e o grid se agrupa de novo.
Na corrida da Xfinity da última quinta-feira, por exemplo, o piloto Kyle Busch liderava o último segmento até sofrer uma punição por excesso de velocidade nos boxes e cair para 21º. A 10 voltas do fim, ele já era terceiro e uma bandeira amarela surgiu. O SC reagrupou o grid e liberou faltando três voltas para acabar. Busch pulou para segundo e disputou roda a roda com Chase Briscoe, perdendo por poucos centímetros. Aí, você a emoção que essa categoria fornece. Numa Formula 1 seria quase impossível uma arrancada dessas.
O formato de competição também é um pouco diferente do tradicional “pontos corridos” que outras categorias fazem. A Nascar faz um sistema de playoffs, com 26 corridas na temporada regular e mais 10 na fase final. Os 16 primeiros colocados na temporada regular passam para os playoffs, que são divididas em quatro fases: o top-16, o top-12, o top-8 e a final. Desde o início da fase final, a cada três corridas, quatro pilotos são eliminados até restar os últimos quatro finalistas que disputam o título em condições iguais.
É como se fosse um Brasileirão no formato de mata-mata, quem é que não sente saudades dessa época?
Ficou com vontade de assistir? Então seja bem-vindo! As três principais categorias da Nascar têm transmissão ao vivo do FOX SPORTS 2.
*Jornalista