Thiago Ávila *
Pense em um cara emburrado, que nunca sorri, que parece nunca estar satisfeito com nada, mas na verdade está sempre tranquilo. Esse é Kimi Raikkonen e o seu jeito finlandês de ser.
Um piloto que teve um início de carreira interessantíssimo e ascendeu ao seu auge muito cedo. Que depois de três anos de Ferrari e um título decidiu dar um "até logo" à F1 e regressar em 2012 para ajudar a nova equipe Lotus.
Agora já em reta final de carreira, correndo sem compromisso, Raikkonen chegou a marca de 20 vitórias na carreira, mesmo número de seu compatriota Mika Hakkinen, no GP da Austrália em 2013. Fazendo temporadas consistentes na equipe britânica, a Ferrari trouxe o piloto de volta. Óbvio que seria um ótimo negócio para Kimi... Será?
Negócio ruim não foi, já que dois anos mais tarde a Lotus acabou falindo, mas a brilhante carreira de Raikkonen ficou manchada. Uma péssima temporada de reestreia em 2014 e consecutivos anos sendo mero escudeiro de Vettel - e ele ainda faz questão de continuar sendo apenas o cachorrinho que só late e obedece o dono. Resultado disso tudo: 113 corridas seguidas sem vencer.
Eu mesmo já disse várias vezes aqui no blog ou na rádio que o Raikkonen já estava velho, não tinha mais porque continuar na Ferrari e deixar pilotos muito mais interessantes, como Verstappen e Ricciardo, correndo atrás. E não me arrependo.
Nos Estados Unidos ele estava diferente, era o seu dia. Enquanto todos os olhos estavam vidrados no pole position e no quinto lugar no grid, Raikkonen só via a vitória.
É aquela história: quando você está no seu momento, tudo dá certo. Kimi pulou na frente logo na largada e seguiu firme na liderança. Tomou um susto quando Hamilton fez a parada antes dele, mas por sorte dessa vez a Ferrari não errou.
O homem de gelo estava feliz, sorridente como nunca visto antes, satisfeito por cumprir sua jornada com a escuderia que compartilhou a maior glória de sua carreira.
E que se dane Hamilton x Vettel. Domingo foi o dia dele, o dia em que ele se tornou o melhor piloto finlandês da história.
* Thiago Ávila, Estudante de jornalismo da PUCRS