Thiago Ávila *
Depois da surpreendente vitória na casa de Hamilton, Vettel chegava em Hockenheim, cerca de 40 km da sua cidade natal Heppenheim, em busca de mais uma vitória na temporada. E o alemão vinha empolgado, sabia que a Ferrari se mostrava superior que o ano passado, o motor passava mais confiabilidade – se mostrando muito bem até nas equipes clientes como Haas e Sauber – e seu principal motivo: nunca ganhou nesse circuito.
Tudo indicava que Hamilton faria a pole, pelo histórico e pelos treinos livres, que mesmo a Red Bull tendo liderado, Ricciardo teria que largar do fim do grid por conta de punições por troca de vários componentes na unidade de potência. Mas Hamilton teve um agravante. No fim do Q1, a tela do volante que mostra a troca de marchas informa um erro e o piloto é forçado a abandonar o carro. Em um ato de desespero, ele tenta empurrar o carro até os boxes, o que é proibido, e acaba desolado. Sem conseguir correr o Q2, o inglês conseguiu apenas a 14ª colocação.
Sobrou para Vettel fazer a pole. Depois de Bottas bater o recorde da pista e voar baixo no setor 3, o alemão foi ainda melhor no primeiro e segundo setores e saiu a 0,2s na frente.
O que já era esperado é que Hamilton iria chegar ao top-5 e ganhar o piloto do dia. Vettel, Bottas, Raikkonen e Verstappen mantinham suas posições de largada, enquanto o britânico da Mercedes e Ricciardo ganhavam múltiplas posições pelo grid.
Em uma estratégia ousada, Raikkonen para cedo, tira os pneus ultramacios e põe o macio. E funciona! Vettel para na volta 26 atrás de Kimi. Óbvio que a situação não ficaria daquele jeito e algumas mensagens indiretas ao finlandês fez com que ele entendesse o recado de dar passagem ao líder do campeonato.
Na volta 43, Lewis faz sua parada e tudo volta ao normal, com Vettel, Raikkonen, Bottas, Verstappen e ele no top-5. Uma corrida com cara de Vettel, mas que qualquer um dos cinco poderia beliscar a ponta caso tivesse a sorte de os adversários errarem.
Não durou muito a chuva veio e o primeiro a fazer a troca para os intermediários é Verstappen. Vinha andando bem enquanto pode, porque nem dá tempo de a pista molhar o sol reaparece. É forçado a fazer mais uma troca e é o primeiro eliminado da disputa pela vitória.
Numa confusão de retardatários, Bottas faz ultrapassagem em Kimi. Em seguida uma Ferrari encontra o muro. Não, não era Raikkonen. Ainda com um trecho molhado, Vettel passa reto na curva e acerta diretamente o muro. Fim de prova para o líder do campeonato.
Safety Car na pista. Bottas faz parada para botar pneus ultramacios novos, mas a equipe, totalmente despreparada, demora demais e cai para terceiro. Sobraram dois na disputa: Kimi e Lewis.
Sabendo que seu pneu não aguentaria a pressão de Hamilton, Raikkonen também decide parar e volta atrás ainda de Valtteri.
É dada a relargada faltando nove voltas para o fim. Bottas pressiona Hamilton, mas é em vão e tira o pé por ordem da equipe.
Lewis vence na recuperação, na sorte, na estratégia, e assume a liderança do campeonato com 17 pontos de vantagem. Ainda há mais uma corrida antes das férias e Seb vai ter de remar muito se ainda pretende reverter a situação.
* Thiago Ávila, Estudante de Jornalismo da PUCRS