O escândalo da fraude no INSS que veio à tona na semana passada, após uma operação da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União, pode virar tema de uma CPI em Brasília. A oposição do governo Lula trabalha para conseguir as assinaturas necessárias para a abertura de um Comissão Parlamentar de Inquérito, que são 171. O senador catarinense Esperidião Amin (PP), assinou o pedido e classificou o caso como "uma robalheira feita com muita crueldade".
“Assinei sim a CPI para investigar esta roubalheira do INSS. E é uma roubalheira feita com muita crueldade, premeditação e ao longo do tempo. É roubar de quem ganha pouco! É maltratar ainda mais a vida dos que tem a vida mais sacrificada! Eu assinei a CPI, mas não deixei de estar indignado com isso, porque isso que acontece no INSS ou aconteceu no INSS, aconteceu com os fundos de pensão. São mais de 150.000 aposentados e pensionistas da Petros, dos Correios, da Caixa Econômica Federal, de vários fundos de previdência de estatais do Brasil que estão pagando, alguns 25%, outros mais de 25% do seu provento, da sua aposentadoria, para cobrir o rombo daqueles que roubaram os clubes de previdência. Isso é uma prática, é uma maldição que se estabeleceu sobre o país, e é por isso que a minha indignação não termina com a assinatura. Nós temos que produzir um exemplo de punição, tanto para o caso do INSS, quanto o caso da Petros e de outros fundos de previdência onde aplicaram mal o dinheiro ou roubaram diretamente como foi o caso de INSS”.
A investigação da Polícia Federal apurou que associações que prometiam benefícios aos aposentados e pensionistas, falsificavam documentos com suas assinaturas e passavam a descontar valores mensalmente, direto do benefício dos aposentados. Os números iniciais são chocantes: aproximadamente 6 bilhões foram desviados dessa forma. O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido. O ministro da Previdência Social, Carlos Luppi (PDT), permanece na função, mesmo após admitir em entrevista para O Globo que que sabia o que estava acontecendo.