Deputados estaduais e federais, senador, governador e vice serão diplomados nesta segunda-feira (19), em Florianópolis. Todos devidamente eleitos pelas urnas eletrônicas, essas que foram transformadas em vilãs após a derrota de Bolsonaro nas urnas. Mas, pelo andar da carruagem, parece que esse é um assunto superado. Todo mundo quer saber é do seu mandato para o ano que vem, afinal, 2022 dá seus últimos suspiros. E um dos assuntos mais importantes a serem tratados a partir de agora é a definição da mesa diretora da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina. Claro que as conversas em torno disso já iniciaram faz tempo, mas, até agora, segue tudo indefinido.
A presidência da Alesc é uma das funções mais importantes do estado, depois do governador e da vice. Por isso as negociações são assim mesmo, demoradas, feitas com cautela. Jorginho Mello, o governador eleito, antecipou que o cargo não ficará com ninguém do seu partido, o PL.
Foi aí que surgiram dois nomes na disputa pela vaga: Zé Milton Scheffer (PP) e Mauro de Nadal (MDB). Teoricamente, Zé Milton teria o apoio do PL – e de Jorginho Mello. Apressadamente, o deputado Ivan Naatz – candidato a líder do governo, numa tentativa de mostrar que tinha os predicados para ser o líder de Jorginho – foi para o twitter e disse que “a chapa PP/PL já teria 23 votos garantidos e a meta era chegar a 27 votos”.
No mesmo dia, os partidos não contemplados na conta feita por Naatz, trataram de se mexer pra colocar água no chopp do PL. Foi aí que Mauro de Nadal e Júlio Garcia (PSD), unidos, articularam e "refizeram" a conta inicial de Naatz, fazendo parecer que os ditos 23 votos certos de apoio a Zé Milton, não eram tão certos assim. Desse movimento antecipado do deputado peelista, o saldo até o momento é o seguinte:
- a definição da presidência segue aberta;
- ao fazer conta de votos e apoio, é melhor não tuitar;
- Júlio Garcia é um nome que sempre está no jogo, mesmo quando parece não estar. Caso o deputado Mauro de Nadal venha a ocupar a cadeira de presidente, será uma amostra grátis de que Jorginho não vai nadar de braçada na Alesc em 2023. Vai precisar de muito mais do que o apoio barulhento da bancada do PL, entre vídeos e selfies, e de um líder de governo habilidoso, que não tuíte antes da hora, nem dê informação demais aos adversários.
Júlio Garcia se movimenta na Alesc. Foto: Bruno Collaço / Agência AL