Ok, ok... eu demorei muito tempo pra escrever de novo. Da última publicação para agora, muita coisa aconteceu.
Pra encurtar e resumir, há exatos dois meses, tive um pequeno acidente com consequências bem preocupantes.
Chegando de um treino de ciclismo, a uns 8km de casa, bati em alguma coisa no asfalto, onde minha mão escorregou e me fez perder o controle da bicicleta. Na queda, cai em cima de um tachão de fiscalização de rodovia.
Muita dor local, respiração comprometida e ali eu fiquei, sem poder me mover.
Era impossível ficar deitado de costas e fiquei de lado, falando e respirando como dava, pois a batida tinha sido bem forte e minha respiração estava muito curta.
Meu parceiro de treino rapidamente acionou os bombeiros que prontamente vieram me socorrer. No meio disso tudo, que pra mim parecia uma eternidade, chegaram alguns ciclistas prontos para ajudar e muitos carros diminuíam a velocidade para ver o que tinha acontecido.
A dor nas costas era absurda. Tanto que os momentos de passagem chão-maca-hospital-raiox-leito foram doloridos ao extremo.
Resultado:
Uma escápula quebrada
7 costelas fissuradas (uma delas quebrada)
Pulmão 20% inflamado
Um pneumotórax leve
Um rim sob observação, pois urinava sangue (isso durou 4 dias)
Minha primeira pergunta ao médico foi... – Em quanto tempo eu fico bom?
A resposta, nenhum pouco animadora... -Olha, 3 a 6 meses.
Fiquei 5 dias no hospital. Medicado a cada 3 horas e sem perspectiva de voltar à ativa.
Tive alta e foi outra epopéia. Leito-maca-ambulância-cadeira com rodinha-elevador (o solavanco no vão da porta do elevador foi um horror)-sofá. E ali fiquei mais alguns dias.
Durante esses dias, fui obrigado a resetar minha cabeça, pois estamos acostumados a fazer tudo sozinhos e naquele momento, eu estava TOTALMENTE dependente e precisava de muita ajuda, pra tudo. E entender que naquele momento teria que ser assim, mesmo que fosse meio estranho e que a gente sempre tenta fazer sozinho. Quer uma dica? Não tente.
Confesso que durante os primeiros dias, foi muito difícil, principalmente na parte psicológica. Não querer fazer nada, só dormir. Sem pensar em treinar e pensar até em desistir de tudo...
Continua...