Polido e cuidado nas palavras, o médico Nelson Teich despediu-se do Ministério da Saúde na tarde desta sexta-feira, 15. Em pronunciamento que começou com cerca de meia hora de atraso, o agora ex-ministro da Saúde não foi específico nas razões para pedir demissão, e não desferiu qualquer crítica ao presidente Jair Bolsonaro. Pelo contrário.
"Agradeço a oportunidade que recebi do presidente. Foi muito importante atuar no ministério. Eu nasci graças ao serviço público, sempre estudei em escola pública, minha faculdade foi pública, minha residência médica também. Eu fui criado pelo sistema público", apontou.
Teich anunciou sua saída na manhã desta sexta, após uma conversa com Bolsonaro no Palácio da Alvorada. Ele ficou menos de um mês no cargo - completaria 30 dias no domingo - pois assumiu em 17 de abril, após a conturbada saída de Luiz Henrique Mandetta. O recente episódio do anúncio de liberação de segmentos da quarentena de Covid-19, como barbearias, salões de beleza e academias, via Diário Oficial, com Teich tomando conhecimento por repórteres em entrevista coletiva, foi um dos fatores de descontentamento do agora ex-ministro em relação a Bolsonaro.
O ex-ministro revelou que deixa um plano estratégico que prioriza ampliação das testagens da população para identificar casos de Covid-19. "Nesse período (como ministro) a gente auxiliou estados e municípios, Habilitamos quase 4 mil leitos, repassamos EPIs, equipamentos, respiradores e recursos humanos", relacionou.
Teich garantiu que "deu o melhor de si" e afirmou que "a vida é feita de escolhas, hoje eu escolhi sair", deixando claro que a decisão de deixar o governo foi exclusivamente sua. O general Eduardo Pazuello, aliado de Bolsonaro, é o mais cotado para assumir efetivamente como ministro da Saúde. Ele está como interino.
Confira abaixo mais detalhes do pronunciamento de despedida de Nelson Teich: